Fórum Social: Quatro mil árvores neutralizarão gasto de energia do Sustentar
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Fonte: Portal da Prefeitura
Autor: Monica Monteiro

Ao longo de todo o Projeto Sustentar, aberto na última segunda-feira, dia 26, com previsão de encerramento no final da tarde deste sábado, dia 31, serão produzidas 600 toneladas de carbono e, para neutralizá-las, haverá o plantio de quatro mil árvores. A estimativa é do diretor da empresa responsável por certificar o gasto de energia e calcular a compensação, a Carbondown, que possui certificação e tecnologias adequadas para a função.

Para o diretor da empresa, Amauri Hernandes, a medida é bem-vinda, mas não se constitui em diferencial. "Essa providência não deveria ser nada mais do que a obrigação de todos os eventos e empresas". No entanto, a medida ainda está longe de ser largamente conhecida ou utilizada e, por isso, a diretora do Meio Ambiente da Prefeitura e uma das coordenadoras do Sustentar, Mayla Porto, disse que a neutralização promovida pelo Sustentar está totalmente dentro do espírito do evento, "de despertar nas pessoas a consciência do que pode e deve ser feito para consolidarmos um estilo de vida onde a sustentabilidade seja fator decisivo para nortear nossas escolhas em cada ação do cotidiano".

Para viabilizar o plantio das quatro mil árvores, será inaugurado um Viveiro Escola, onde ficarão as mudas que, a partir de novembro, serão plantadas no Parque Linear do Rio Capivari. O Viveiro também dará atendimento a 60 bolsistas técnicos aprendizes e ensinará atividades de viveiristas a 500 jovens que participam do programa Juventude Cidadã da Secretaria Municipal de Cidadania, Trabalho, Assistência e Inclusão Social (SMCTAIS).

Sustentabilidade também é ação política e mobilização

Nesta sexta-feira, segundo dia do Fórum Social para o Desenvolvimento Sustentável, os painéis, palestras e debates mostraram que existe espaço, e necessidade, de que o conceito da sustentabilidade permeie os mais diversos aspectos do atual estilo de vida.

Entre esses aspectos, um dos painéis, intitulado "O Desenvolvimento Sustentável e a Cidadania", centrou as exposições na defesa da conscientização e da mobilização da sociedade para defender um estilo de vida que respeite as várias vertentes da sustentabilidade, trabalhando, simultaneamente, para formar agentes multiplicadores que aumentem os defensores desse conceito.

Esse painel contou com a presença do senador Eduardo Suplicy, do poeta amazonense Thiago de Mello e da representante da UFRGS, Mônica Estrázulas, tendo como moderador o secretário de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas, Vicente Andreu Guillo.

A contribuição da ciência e da tecnologia

Temas aparentemente tão diversos como recursos hídricos e sociedade da informação, produção agrícola, urbanidade e biocombustíveis foram discutidos à luz do desenvolvimento sustentável para comprovar que usar os recursos, sem esgotá-los, é uma das chaves para promover o bem-estar da sociedade atual e das gerações futuras.

Os temas também avançaram no sentido de discutir como as novas descobertas da ciência e da tecnologia devem ser utilizadas como ferramentas para tornar possível a sustentabilidade. Essa convicção foi expressa tanto quanto se falou que os meios digitais possibilitam levar informação para comunidades distantes, ensinando práticas conservacionistas, como no comunicado de que existem meios corretos para viabilizar a integração entre agricultura, silvicultura (plantio de espécies florestais) e pecuária.

Produtores rurais se tornam defensores da preservação

A diretora do Meio Ambiente enfatizou que, entre tantas informações e reflexões relevantes disponibilizadas ao longo do dia, foi especialmente importante o relato do SIPAES – Sistemas Integrados de Produção de Alimentos, Energia e Serviços Ambientais – tema do painel que discutiu o "Novo Modelo de Produção Agrícola" .

"Vimos que é possível praticar um modelo alternativo que evite o esgotamento visto atualmente, com a monocultura e a cultura extrativista", disse Mayla. Esse modelo alternativo, segundo a diretora, passa pela remuneração dos produtores rurais que atuarem na proteção de mananciais e na recuperação e preservação de matas ciliares.

"Se esse produtor rural perceber que a preservação pode representar, também, uma possibilidade de auferir renda, passará a defender um desenvolvimento que não esgote as potencialidades do seu meio, com resultados que serão benéficos para toda a comunidade", salientou.

Maquete permite visualizar bacias hidrográficas do município

Entre as peças em exposição no Centro de Convivência Cultural como parte integrante do Projeto Sustentar, uma das que mais chama a atenção do público é uma grande maquete que reproduz o território do município dividido em bacias hidrográficas. Medindo cerca de 20 m², a obra permite visualizar a localização dos principais rios e córregos, com sua área de influência, até os limites do município.

Após o término das atividades do Projeto Sustentar, previsto para este sábado, dia 31, a maquete percorrerá as escolas para auxiliar nos ensinamentos sobre meio ambiente, preservação de cursos d'água e matas. O modelo também servirá como auxiliar didático para reforçar a noção de que a vida dos animais, do homem e a própria sobrevivência do planeta estão intimamente ligados ao cuidado que devemos ter no uso da água.

A maquete também permite visualizar os tipos de solo, o relevo e a área verde, com destaque para parques, bosques e matas. O conjunto é assinado pela professora de geografia da Secretaria Municipal de Educação, Oscarina Scalea, e pela publicitária, Joana Elisa Silveira, da Agência de Publicidade América MKT. Na confecção da peça, elas usaram isopor, tipos especiais de papel e biscuit, entre outros materiais.

Bacias

A maquete em exposição no Sustentar é cortada pelas seis bacias hidrográficas abrangidas pelos limites do município. Duas delas são as dos rios Capivari e Capivari-Mirim, que ficam na região Sul, perto do Aeroporto de Viracopos, e a terceira é a do Córrego do Quilombo, na região Noroeste, no Distrito de Nova Aparecida.

Outra bacia é a do Córrego Anhumas, na área central da cidade. Em seguida, a peça mostra a bacia do Rio Atibaia, na região da Área de Proteção Ambiental formada pelos Distritos de Sousas e Joaquim Egídio, na região Nordeste e, ao Norte, perto da hidrelétrica de Salto Grande, a bacia do Rio Jaguari.

A maquete também traz pontos conhecidos do município, para facilitar a visualização e a localização do visitante. Estão na peça, por exemplo, as sete maravilhas de Campinas: Torre do Castelo, Estação Cultura, Escola de Cadetes, Catedral Metropolitana, Parque Portugal, Jockey Club e Mercado Municipal.

Também há espaço, na obra, para outros pontos de referência conhecidos dos campineiros, como a praça Arautos da Paz, Prefeitura Municipal, Centro de Convivência Cultural e Balão do Kennedy. "Queríamos contribuir para a conscientização das próximas gerações sobre a importância de preservarmos nossos cursos d'água e, ao mesmo tempo, fazer uma homenagem à cidade", disseram as idealizadoras da maquete, satisfeitas com o interesse que a obra tem despertado e com os constantes grupos de estudantes que se formam ao redor da peça durante a exposição.