Primeiro dia do Congresso traz múltiplas visões sobre desenvolvimento sustentável | ||||||||
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Fonte: Portal da Prefeitura Quebrar o paradigma atual de desenvolvimento. Esta foi a tônica da palestra do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp, Mohamed Habib, que abriu na manhã desta terça-feira, 27 de maio, o Congresso Internacional Desafios e Perspectivas do Desenvolvimento Sustentável - Projeto Sustentar, no auditório do Royal Palm Plaza Hotel. Na seqüência, o chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda, discorreu sobre o tema "Cadê o Carbono que Estava Aqui? A Sustentabilidade do Agronegócio no Brasil". Neste contexto, Miranda apresentou um retrato da produção de cana-de-açúcar no país e no mundo e de outras culturas que podem ser convertidas em agroenergia ou agrocombustível. O período da tarde do primeiro dia do Congresso do Projeto Sustentar começou com o pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e presidente do Comitê Científico do Internacional Geosphere-Biosphere Programme, Carlos Nobre, discorrendo sobre "Mudanças Climáticas e o Brasil: Por Que Devemos nos Preocupar?" Em seguida foi a vez do segundo Painel, conduzido pelo tema geral "O Desenvolvimento Sustentável e o Uso da Água" e coordenado pela professora da PUC Campinas Laura Machado de Mello Bueno. Na primeira palestra deste Painel, o tema foi a Sanasa, em "Campinas, o Vôo do Saneamento", tema abordado pelo presidente da empresa, Luiz Augusto Castrillon de Aquino. O palestrante fez um breve histórico do plano que vem sendo seguido pela empresa desde 2000, e que já resultou em 65% de esgoto tratado na cidade. Esse índice, informou Aquino, chegará a 80% até o final do ano, com a entrada em funcionamento das Estações de Tratamento de Esgoto de Barão Geraldo, Sousas e Capivari, que se sucederão às ETEs do Anhumas e Piçarrão, já em funcionamento. "Campinas passou anos sem fazer nada e, em 2001, começou a fazer obras segundo um planejamento que foi elaborado levando em conta as nossas bacias hidrográficas", explicou o palestrante. Ele enfatizou que obedecer a esse planejamento está tornando possível perseguir a meta de alcançar 2010 com 95% do esgoto produzido por Campinas sendo tratado. Seguida com atenção pela platéia e muito elogiada, a palestra e a atuação da Sanasa deixam para os participantes, segundo Aquino, duas mensagens. A primeira diz que "é preciso agir" e a segunda, que não se pode confundir o difícil com o impossível porque, "se pensarmos que é impossível, nunca agiremos e nunca teremos sucesso". Ele diz que essa filosofia é uma das grandes responsáveis por colocar a Sanasa como a terceira melhor empresa de saneamento do País. A máxima preconizada pelo presidente da Sanasa, de que "não se deve pensar pequeno" foi elogiada, entre outros, pela funcionária do Banco do Brasil e pós-graduanda em Desenvolvimento Regional Sustentável, Rosana De Arazão, que assistiu à palestra pela segunda vez – a anterior foi na CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, órgão estadual) – e disse achar "fantástica" a trajetória da Sanasa. Opinião semelhante foi manifestada por Greza Arbocz, presidente do Comdema (Conselho Municipal do Meio Ambiente) de Holambra, que foi conversar com Aquino após a exposição para ver a possibilidade de adquirir serviços e tecnologia da empresa campineira. Bacias Hidrográficas José Luiz Fontes, gerente do Programa de Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo, foi o próximo palestrante, apresentando os resultados do Programa. Os prejuízos da degradação dos córregos e rios, do desmatamento, que leva à erosão, ao assoreamento e à redução da biodiversidade, além da ampliação – que poderia ser evitada – da área de agricultura, sem impedir o empobrecimento do agricultor e o êxodo rural foram temas da palestra de Fontes. Em seguida, ele mostrou os resultados que têm sido alcançados desde o início dos trabalhos, em 2000. "Buscamos implementar propostas de agricultura que sejam socialmente justas e ambientalmente equilibradas e hoje o Programa já atinge 960 microbacias, 3,3 milhões de hectares, 70 mil famílias em 514 municípios", informou. É importante, segundo Fontes, sensibilizar os agricultores para a conservação das áreas mas também fornecer recursos e capacitação, além de saneamento. Um dos êxitos do Programa é ter conseguido recuperar 4,1 mil hectares de matas ciliares, por meio da doação de mudas, "um resultado importante quando se sabe que, atualmente, o Estado de São Paulo conta com apenas 13% da cobertura nativa original, e apenas em áreas com os vales do Ribeira e do Paraíba. Expansão urbana A exposição seguinte esteve a cargo de Pedro Sérgio Facini, da PUC Campinas, com o tema "Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Jundiaí: Uma Visão da Sustentabilidade", quando a contaminação por materiais como o mercúrio, e as possíveis soluções, foram discutidas. O próximo a se apresentar foi o Professor de Gestão Ambiental do Centro Universitário do SENAC, Renato Arnaldo Tagnin, encarregado de falar sobre "Expansão Urbana, Água e Sustentabilidade". Suas reflexões levaram em conta a realidade da macrometrópole formada pela Região Metropolitana de Campinas, da Baixada Santista e da Grande São Paulo. Um dos principais alertas feitos pelo professor foi contra o que ele chama de espalhamento da ocupação urbana, que torna mais difícil prover o abastecimento de água e, por outro lado, reduz o espaço territorial e a vegetação que as águas deveriam percorrer para promover sua limpeza, sua "faxina natural", para usar o termo empregado pelo palestrante. "Vemos os efeitos nocivos dessa prática de ocupação urbana espalhada em todos os rios das bacias do Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde os cursos d'água são usados por um município e reutilizados por outro, logo abaixo, sem tempo para a limpeza, que passa a exigir produtos e tecnologias cada vez mais caros e complexos, sem a mesma eficiência. "A Experiência de Gifu com Relação ao Meio Ambiente" fechou o primeiro dia do Congresso, com a exposição sob responsabilidade do prefeito de Gifu, no Japão, Shigemitsu Hosoé. Amanhã, quarta-feira, dia 28, o Congresso prossegue com o segundo Painel, a partir das 8h30, que terá como tema "O Desenvolvimento Sustentável, a Produção mais Limpa e o Aproveitamento de Resíduos". Às 14h começa o terceiro Painel, discutindo "O Desenvolvimento Sustentável e a Inovação Social". As atividades continuarão no The Royal Palm Plaza Hotel, com entrada gratuita. A programação completa está no site www.sustentar.org. |
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