População discute futuro das MZs 7 e 9
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Fonte: Portal da Prefeitura
Autor: Caroline Vian

Os dois seminários realizados neste final de semana, dias 10 e 11 de novembro, pela Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seplama), que reuniram moradores das Macrozonas 7 (entorno de Viracopos) e 9 (entorno do aterro sanitário Delta A), tiveram seus objetivos atendidos ao ouvir da população as necessidades das regiões, como a carência de infra-estrutura, dificuldade de acesso viário e a insuficiência de equipamentos públicos, mas também ao receber sugestões para as soluções dos problemas apresentados, que poderão compor os Planos Locais de Gestão (PLGs) das Macrozonas, para a melhoria da qualidade de vida.

A elaboração dos PLGs é a etapa posterior à da confecção do Plano Diretor, que contempla o município de forma mais abrangente e foi aprovado no final de 2006. Nesta segunda fase, cada região da cidade, denominada Macrozona e constituída por um conjunto de bairros, discutirá propostas específicas para seus bairros. "Vamos trabalhar as regiões com suas especificidades, buscando construir um futuro melhor de acordo com a realidade particular de cada uma das nove Macrozonas que compõem o município", avalia o Secretário de Planejamento, Vicente Andreu Guillo, coordenador dos Seminários.

Os encontros foram realizados nos próprios bairros, facilitando a participação dos moradores, que levaram aos técnicos da Seplama as preocupações e as necessidades de cada local. Participaram líderes de bairros, administradores regionais, representantes de secretarias e autarquias municipais.

Durante a abertura, o secretário de Planejamento explicou que aquele era o momento da população se pronunciar e dar a sua contribuição para a elaboração dos PLGs. "Temos que pensar em como queremos esta região daqui a 10 anos. Vocês devem orientar o Executivo para que possamos seguir todos na mesma direção", explanou Guillo.

Após uma breve explicação sobre as Macrozonas, a palavra foi aberta à população, que apontou os problemas e carências das regiões. Os participantes também questionaram os técnicos sobre o compromisso de, uma vez encerrada a fase de debates, adotar efetivamente medidas que resultem em melhorias para os bairros.

Macrozona 7

Denominada Área de Influência Aeroportuária por se situar no entorno do Aeroporto Internacional de Viracopos, a partir das rodovias Santos Dumont e Bandeirantes, a Macrozona 7 é umas das regiões mais carentes de infra-estrutura e com grande dificuldade de acesso, já que é cortada somente por rodovias. Essa porção da cidade abrange também parte das áreas rurais do município, tem 26.728 habitantes e uma área de 73,25 km2.

Infra-estrutura deficitária, especulação imobiliária, zoneamento, diretrizes viárias, ampliação do Aeroporto de Viracopos, meio ambiente e habitação foram alguns dos temas levantados pelos moradores. Eles deixaram claro que o tratamento para essas questões deverá nortear a elaboração do Plano Local de Gestão desta Macrozona.

A moradora da região e membro da Associação de Bairro do Campo Belo, Evelyn Silva, enfatizou que é necessário planejar o presente e ter projetos para o futuro. Ela contou que já existem obras em andamento na região, como a construção de creches no modelo de Naves-Mães, implantação de casas da Companhia de Habitação Popular de Campinas (Cohab) para a retirada de moradores de áreas de risco e projetos sociais, mas destacou que ainda é necessário mais investimento por parte da Prefeitura. "Esse bairro está esquecido há muito tempo e não podemos esperar mais", testemunhou Evelyn.

O primeiro-tesoureiro da Associação de Moradores do Jardim Campo Belo, Justino da Silva, afirmou que todos os moradores precisam tomar consciência das condições da região e discutir as medidas capazes de melhorar as condições de vida no local. Ele ainda explicou que é necessário pensar no futuro para que o planejamento possa acontecer da melhor maneira possível e atender as necessidades da população.

Macrozona 9

Na Macrozona 9, onde se localizam os bairros Santa Mônica, San Martin entre outros, os principais problemas apontados pelos moradores foram a falta de acessibilidade, a existência do aterro sanitário Delta A, a carência de infra-estrutura e a proximidade da região com as cidades de Hortolândia e Sumaré.

A moradora do Padre Anchieta, Cleudiran Sales Dias, alertou que é necessário avaliar as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) existentes na região, já que "a região está muito inchada e os equipamentos púbicos não suportam mais tanta gente". Conforme definição do Plano Diretor, as ZEIS são áreas reservadas para a construção de moradias populares.

Ela ainda destacou que, com a proximidade de Hortolândia e Sumaré, muitos moradores dessas cidades se deslocam para a região para utilizar os hospitais, as escolas e outros equipamentos públicos de Campinas. "Não é que não queiramos receber essas pessoas, mas o fluxo tem que diminuir, pois não temos equipamentos públicos suficientes", disse Cleudiran.

Os moradores também explicaram que é necessário avaliar o zoneamento, para destinar corretamente espaços para comércio e para moradias. A falta de definição está levando as pessoas a destinarem parte da residência para atividades comerciais, de forma irregular. Apesar das dificuldades enfrentadas pela população, os moradores estão satisfeitos com o envolvimento da Prefeitura. "Nunca houve uma integração tão grande como agora. Essa ligação direta da comunidade com a Prefeitura facilita muito e as coisas estão realmente acontecendo", enfatizou a moradora do Parque Fazendinha, Sandrelina Rodrigues Rezende.

Próximos passos

Após a finalização da primeira etapa, que consistiu no diálogo inicial com a população, os técnicos da Seplama começarão a fazer a caracterização e as leituras das Macrozonas.

As diretrizes serão traçadas até meados de 2008. Para chegar a esse resultado, os técnicos reunirão dados, estudos e análises, inclusive informações colhidas de diversos setores da Prefeitura. Ao final, a Seplama fará as propostas para cada região.

O seminário final será destinado à capacitação dos moradores, que receberão explicações sobre o Plano Diretor, o Plano Local de Gestão, as legislações urbanísticas e o que pode, ou não, ser aplicado em cada região. No total, serão realizados quatro seminários em cada Macrozona.

Todos os encontros serão marcados com antecedência e divulgados nos bairros, contando, inclusive, com a colaboração das lideranças para a mobilização e incentivo à participação. Informações podem ser obtidas pelos telefones 2116.0442 ou 2116.0373.