Novo conceito para atração de empresas
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A região continua sendo altamente atraente para negócios e a estrutura se volta para a melhoria de condições

Fonte: Editorial - Correio Popular - 27/11/2006

No início da década de 70, falar em desenvolvimento de municípios tinha a conotação imediata de atrair empre sas, aumentar a oferta de empregos e arrecadação de tributos. Para tanto, era válido lançar mão de qualquer forma de incentivo, mesmo que representasse um quadro de renúncia fiscal, doação de extensas áreas e facilidades, como a extensão de infra-estrutura urbana para atender às novas demandas criadas por esses pólos. Passava ao largo a discussão sobre a conveniência desses estímulos fiscais e contratos de cessão, e falavam mais alto nos palanques eleitorais os políticos que desfiassem rol mais extenso de conquistas no esforço de atração de empresas.

Proliferaram pelo Interior de São Paulo os distritos industriais, que captavam o interesse das empresas instaladas no sufocado parque industrial da Capital, buscando nos novos ares o espaço ideal para ampliações, construção de novas unidades ou mesmo a transferência de sede, aproveitando as facilidades logísticas oferecidas. A região de Campinas foi particularmente beneficiada por apresentar uma impressionante infra-estrutura viária, proximidade com os maiores centros de consumo e distribuição, aeroporto internacional de cargas, ampla área ocupável próxima aos centros urbanos, mão-de-obra farta e qualificada.

Os tempos mudaram e os efeitos dilacerantes da política concessionária se fizeram sentir. Os casos de sucesso não foram unanimidade e alguns municípios começaram por pagar a moeda cara dos empregos que não vieram na proporção desejada, no alto custo da isenção fiscal, nos problemas cumulativos de criação de estrutura física de saneamento, habitação, transporte, saúde, educação, segurança. Em alguns casos, como no Distrito Industrial de Campinas (DIC), os impedimentos legais foram determinantes para o fracasso do projeto. O ônus mais pesado foi admitir que nem sempre crescimento é sinônimo de desenvolvimento.

Vieram a nova cultura e as leis de responsabilidade fiscal, que criaram um segmento de negócios que prospera. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), os distritos industriais implantados e geridos pela iniciativa privada são 34, enquanto os públicos não passam de dez, entre os ainda existentes e em fase de conclusão. A região continua sendo altamente atraente para negócios e a estrutura se volta para a melhoria de condições a cada passo. Muda agora o escopo da abordagem de negociação, com o oferecimento de oportunidades e com o poder público intermediando a vinda de empresas dentro de sua função.

É importante que essa parceria entre os municípios e a iniciativa privada seja cumulativa em vantagens para as empresas que se instalam na região e para as cidades, inaugurando nova linguagem com o cumprimento dos objetivos de crescimento sustentável, gerando empregos, divisas e comprometimento com o meio ambiente, que nesta nova fase ocupa lugar de relevância na agenda de negociação.