Fonte: Portal da Prefeitura de Campinas - 19/07/2006
Autor: Mônica Monteiro

O Conselho da Cidade discute nesta quarta-feira, dia 19 de julho, às 18h30, no Salão Vermelho do Paço Municipal, as propostas ambientais para o Plano Diretor de Campinas. Um dos destaques será o projeto para implantação dos Eixos Verdes no município, que serão compostos por Corredores Ambientais Estratégicos.

De acordo com a diretora do Meio Ambiente, Mayla Yara Porto, o projeto pode trazer múltiplas vantagens, servindo ao mesmo tempo para recuperar áreas degradadas, evitar o despejo de entulho, melhorar a qualidade do ar, proporcionar conforto térmico e embelezamento paisagístico. A proposta também visa oferecer locais de lazer para a comunidade.

O conteúdo das propostas ambientais foi elaborado em conjunto pelo departamento de Meio Ambiente da Secretaria de Planejamento, Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), ambientalistas de diversas entidades e interessados no tema em geral. O tema "Meio Ambiente" terá capítulo especial no Caderno de Subsídios e no projeto de lei do Plano Diretor.

Objetivos

De acordo com a proposta, a implantação dos Eixos Verdes tem múltiplos objetivos: proteger e recuperar o meio-ambiente, afirmar o verde como suporte de uma vida de qualidade, defender e resgatar a diversidade paisagística e a biodiversidade, melhorar o diálogo cidade - meio ambiente, reduzir o desequilíbrio ambiental, ordenar os usos e valorizar o potencial natural da cidade.

Os Eixos Verdes visam recuperar Áreas de Preservação Permanente e Várzeas degradadas. Mayla destaca que essas áreas compreendem importante diretriz municipal de resgate ambiental, aliada à reestruturação urbana, já que os locais apresentam forte tendência a despejos de entulhos e resíduos sólidos.

Essa ameaça existe, em especial, na região do Campo Grande e Ouro Verde (Várzea do Rio Capivari e Córrego Pium), Vila União, Barão Geraldo (Ribeirão das Pedras e Ribeirão Anhumas), Sousas (Ribeirão dos Pires) e Joaquim Egídio (Ribeirão das Cabras).

Ações necessárias

Para tornar os Eixos Verdes realidade, o documento que será apresentado no Conselho da Cidade avalia que será necessário implementar a criação de novos espaços verdes de urbanização. Isso se dará por meio de projetos integrados e diversificados, envolvendo parcerias entre os poderes públicos  municipal, estadual, federal e a iniciativa privada.

Outra exigência será consolidar uma legislação que gere incentivos para essas áreas em questão. "Também precisaremos garantir a manutenção dos  espaços verdes permeando a malha urbana, de forma a manter o índice de área verde  - m² por habitante - de acordo com os padrões reomendados" avisa a diretora.

Localização

A proposta especifica que os Eixos Verdes serão constituídos por cinco diferentes situações: Corredores Ambientais Estratégicos, Parques Lineares, Parques Públicos Temáticos, Polígono de Multiplicidade Ambiental e Vias Verdes - Alamedas.

Os Eixos Verdes são compostos por Corredores Ambientais Estratégicos para Campinas, compreendidos pelos Rios Capivari e Atibaia e Ribeirão Anhumas. Haverá também a associação aos Parques Lineares do Rio Capivari, do Ribeirão das Pedras, do Ribeirão da Cabras, da Vila União e do Córrego Pium.

Essas medidas se somarão à implantação dos Parques Públicos Temáticos da Mata, das Águas, Botânico e do Café, aliados à arborização das principais avenidas da cidade, com o plantio de novas mudas de árvores onde for tecnicamente possível para a constituição de grandes alamedas verdes.

Multiplicidade Ambiental

O último item da proposta é a implementação do Polígono de Multiplicidade Ambiental (5X1). Isso significa que através de um único investimento, ou seja, a arborização adequada nessa região, obtém-se cinco ganhos de relevância na qualidade ambiental da cidade.

O primeiro é a melhoria da qualidade do ar, seguido pelo maior conforto térmico, atenuando a temperatura e aumentando da umidade. Outro ganho é o aumento da permeabilidade do solo, que se soma à diminuição da poluição sonora e ao embelezamento paisagístico. 

"A proposta tem o caráter de multiplicidade porque se prevê, também, a consorciação de outras ações, como a  implementação de valas técnicas para passagem de redes subterrâneas no polígono central e nas principais avenidas, bem como a previsão para implantação de rede compacta pelas empresas concessionárias para demais regiões da cidade", explica Mayla Porto.