Macrozona 4 concentra quase 70% da população de Campinas
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Região abrange a área central, bairros tradicionais de classe média e alta, e o maior número de atividades urbanas da cidade

Sheila Vieira
DA AGÊNCIA ANHANGÜERA

Quase 70% da população campineira (585.325 pessoas) habitam uma única região da cidade. A maior concentração de bairros de classe média e alta se encontra na Macrozona 4 (MZ-4). Campinas possui sete macrozonas propostas no Plano Diretor do Município, que visam facilitar a criação de diretrizes regionais voltadas ao desenvolvimento ordenado da cidade.

De acordo com a arquiteta Rosana Bernardo, chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas (Seplama), a MZ - 4 é uma área de urbanização consolidada (Acon) e está inserida entre as rodovias D. Pedro, Magalhães Teixeira, Anhangüera, Santos Dumont e Bandeirantes. Por abranger a região central e bairros tradicionais de classe média e alta, reúne o maior número de atividades urbanas do município. Embora esteja entre as menores macrozonas do município, com área de 125,73 km2, o que corresponde a cerca de 15,63% do território campineiro, concentra bairros históricos com imóveis tombados, que remontam à própria fundação de Campinas. Há também locais criados recentemente como a Vila Bella, por meio do decreto 12.448 de 27 de dezembro de 1996.

Sistema viário

Por razões que vão desde o alto adensamento populacional ao fato de concentrar a maior parte dos serviços oferecidos pela metrópole campineira, o sistema viário da MZ-4 é formado pela convergência das principais vias arteriais da cidade. "Daí o elevado fluxo de veículos e pessoas, que utilizam uma estrutura viária com caráter mononuclear", explica a chefe de gabinete da Seplama.

Assim, a estrutura viária desta macrozona configura-se como a principal da cidade, composta de vias que ligam a periferia da cidade à área central, com características físicas e capacidades de tráfego definidas, bem como de vias coletoras e distribuidoras nas áreas mais densas, tendendo a constituir um sistema anelar.

Vocação

Segundo levantamento da Seplama, uma das principais caraterísticas da MZ-4 é oferecer um centro urbano consolidado, com grande variedade de atividades. No entorno do Centro verifica-se em alguns bairros residenciais como o Guanabara, a forte tendência de localização de comércio e serviços dirigidos às classes de renda mais alta, caso do Cambuí. Na análise da Seplama, essa alteração de usos demonstra uma forte tendência de ampliação do grau diferenciado de centro urbano, ainda que com especialização.

Horizontalidade

Na direção Leste da MZ-4, nas proximidades do centro, localizam-se bairros de alta renda que guardam o padrão horizontal e que não demonstram sinais de transformações a curto e médio prazo, apresentando ainda muitos lotes vagos. Conforme Rosana, constata-se interesse na construção de habitações horizontais de alta renda na forma de condomínios fechados.

A verticalização na MZ-4 configura-se um eixo já bastante visível na direção Norte-Sul. A partir do Centro segue para o Cambuí, e daí para o Norte, na direção do Taquaral, Mansões Santo Antônio, Jardim Flamboyant, Vila Nova. Para o sul, o eixo alcança o Bosque, Proença, Swift, Vila Pompéia e Cidade Jardim.

Classe alta

A maior parte da classe alta localiza-se muito próxima do centro, em bairros exclusivamente residenciais ou mistos, onde a habitação mistura-se às atividades de comércio e serviços de padrão sofisticado. A população de alta renda se abastece na área central e, mais recentemente, nos estabelecimentos de grande porte localizados ao longo dos principais eixos viários da cidade como o Carrefour D. Pedro I, Carrefour Valinhos, shopping centers e o hipermercado Extra.

A população de renda média circunda a área central, a leste da via Anhangüera, em bairros de ocupação mais antiga e com razoável nível de consolidação. Essa população se utiliza predominantemente da área central para suas compras e serviços, sendo também cada vez mais atraída para os grandes equipamentos periféricos.

São poucas as atividades de comércio e serviços no interior dos bairros residenciais de classe média. Antigos bairros de população de baixa renda, localizados em áreas que já foram periféricas, mas que hoje são quase centrais, transformaram-se em bairros onde predomina atualmente a classe média. Mesmo antigos conjuntos de casas populares sofreram esta transformação e não mais apresentam a feição tradicional do conjunto de casas totalmente homogêneo.

A maioria das favelas desta macrozona ocupa as áreas públicas de loteamentos, muitas delas localizadas em bairros de classe média e alta, podendo-se citar as favelas concentradas na região do ribeirão Anhumas, Jd. Flamboyant, Vila Brandina, Jd. São Fernando, Vila Georgina e, especialmente, aquelas localizadas na região entre as rodovias Anhangüera, Bandeirantes e Santos Dumont.

Problemas

O crescimento rápido e desordenado da urbanização favorecer o surgimento de problemas sociais. São preocupantes nesta macrozona, o grau de alteração das condições naturais dos terrenos e a degradação e saturação da infra-estrutura, decorrentes do condicionamento de alguns dos problemas ambientais como enchentes, ocupação inadequada dos vales e planícies fluviais e a deterioração da qualidade das águas dos rios. Acrescentam-se a estes problemas, aqueles provocados pela excessiva concentração de atividades e deslocamentos e pela alta densidade de ocupação, especialmente da área central da cidade, o que se reflete em formas variadas de poluição e congestionamentos. Para Rosana, a resolução dos problemas ambientais observados nesta macrozona vincula-se muito mais à adequação e implantação de obras de infra-estrutura e a definição de critérios legais para a reorientação e ordenamento da ocupação, do que às diretrizes de manejo e conservação do meio físico.

Os córregos do Piçarrão e o ribeirão Anhumas cortam boa parte da MZ-4 e correspondem as duas bacias hidrográficas mais problemáticas. O ribeirão Anhumas, especialmente no trecho em que percorrem esta macrozona, oferece problemas, sobretudo, devido ao elevado grau de urbanização da região. "Essas áreas estão sendo objeto de plano de recuperação através da Operação Urbana Consorciada Parque Linear do Capivari - Cerâmicas instituída pela Lei Complementar n°12 de 17 de dezembro de 2004", explica a chefe de gabinete da Seplama.

Quem faz parte da MZ-4

Principais bairros: Vila Costa e Silva, vila Miguel Vicente Cury Chácaras Primavera Parque Taquaral, ansões Santo Antônio, Santa Cândida, São Quirino, Parque Via Norte, Vila Nova, Jardim Chapadão Castelo Bonfim, Jardim Nossa Senhora Auxiliadora, Taquaral, Parque Brasília, Jardim Flamboyant, Jardim Garcia, Jardim Campos Elíseos, Jardim Santa Lúcia, Jardim Maria Rosa, Jardim Aurélia Parque Itália, Vila Industrial, São Bernardo, Guanabara, Cambuí, Centro, Bosque, Vila Brandina, Jardim Nova Campinas, Bairro das Palmeiras, Vila Pompéia, Jardim Proença, São Fernando Vila Orosimbo Maia. Jardim Nova Europa, Parque da Figueira, Jardim das Oliveiras, Swift, Jardim Esmeraldina, Jardim São Vicente.