Diversificação define a Macrozona 3 de Campinas
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Sheila Vieira
Da Agência Anhangüera


Diversificação. Esta é uma das características que melhor define a região que forma a Macrozona 3 (MZ-3) de Campinas. Além de áreas rurais, condomínios de alto padrão em bairros como a Cidade Universitária e chácaras Guará, há também pólos de alta tecnologia como a Companhia de Desenvolvimento do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas (Ciatec). No outro extremo da MZ -3 localizam-se as favelas dos jardins Campineiro São Marcos e Santa Mônica. Entre os bairros e localidades que formam a MZ-3, muitos fazem parte do Distrito de Barão Geraldo, que há tempos se tornou referência em qualidade de vida nas áreas de habitação, educação e acesso a instituições de tecnologia.

A região é conhecida por abrigar uma das mais importantes universidades do mundo, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e por concentrar empresas de ponta, restaurantes e empreendimentos de vanguarda.

Visionários sempre existiram e o proprietário da Imobiliária Professor Sebastião, Sebastião Antônio José Filho, investiu o equivalente a R$ 10 mil para instalar a primeira imobiliária de um distrito recém-criado, que começava a receber os funcionários da Unicamp e Petrobrás. Pilotando um Fusca 1966, o docente de matemática da Unicamp conciliava o quadro negro com a corretagem imobiliária. No começo, "viajava" diariamente para o distrito de Barão Geraldo, que na época contava com uma população de 15 mil pessoas, no máximo.

Lá pelos idos de 1973, os campineiros, relembra José Filho, se referiam à região, predominantemente rural, como um grande sítio nos arredores da cidade. Ele perdeu a conta de quantas vezes escutou os amigos dizerem: "não vai esquecer a porteira aberta!" , recorda. O distrito oferecia uma vida pacata, tal qual a dos vilarejos distantes. Os suprimentos diários eram garantidos pelos armazéns do Lanza e dos Martins, que tinham um pouco de tudo e atendiam por meio de cadernetas de anotações.

O hoje conhecido "Tapetão" - Rodovia General Milton Tavares de Souza -, nem em sonho. Era preciso ter coragem para encarar a tortuosa via de mão única que ligava Campinas ao distrito. Mas José Filho perseverou e viu Barão crescer e ganhar respeito entre os campineiros. As primeiras construções de residências começaram a surgir nas décadas de 70 e 80 e tinham arquitetura colonial de propriedades rurais, lembra o proprietário da imobiliária.

Desde que os donos da Fazenda Rio das Pedras resolveram investir no setor de condomínios fechados no distrito, lançando em 1976 o Condomínio Rio das Pedras, outros empreendimentos vieram em seguida. Hoje o preço do metro quadrado em Barão é páreo, em valor, ao do metro quadrado do AlphaVille, atingindo R$ 350,00. Em condomínios como o Barão do Café, um terreno de 600 metros quadrados chega a custar até R$ 220 mil.

Barão Geraldo está inserido na Macrozona 3 (MZ-3), das sete que dividem o território de Campinas, e sua área específica foi objeto de um Plano Local de Gestão Urbana, que resultou na lei 9.199 de 27 de dezembro de 1996.

De acordo com a arquiteta Rosana Bernardo, chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente de Campinas (Seplama), os planos locais são a continuidade e o detalhamento do Plano Diretor do Município e foram elaborados para diferentes porções do território municipal. Surgiram como um instrumento de estruturação e gestão, com o objetivo de encarar a proposição de soluções para os problemas urbanos locais e funcionar como um canal de participação da comunidade local no planejamento e gestão urbana das regiões.

Segundo a secretaria, a MZ- 3 está situada ao Norte do município de Campinas e compreende as regiões de Barão Geraldo, Santa Mônica, São Marcos, Jardim Campineiro, Amarais, corredor da Rodovia D Pedro I, incluindo a região do entorno do condomínio Sítios Alto da Nova Campinas.

No final de década de 40, a região Norte do município recebeu o seu primeiro loteamento, o Luiz Vicentim, aprovado pelo decreto 242 de 28 de novembro de 1947. Quase seis décadas depois, um dos mais renomados condomínios do mercado, o AlphaVille D.Pedro foi aprovado na região, que em 1996 recebeu o primeiro AlphaVille do Interior de São Paulo, aprovado em dezembro de 1996. Atualmente a MZ-3 é formada por loteamentos de alto padrão e também por áreas rurais. É uma região predominantemente residencial.

Na região Norte de Campinas, onde está encontra-se está macrozona, há a maior área em glebas não parceladas dentro do todo o perímetro urbano da cidade, o que corresponde a 4.441,70 hectares.

Vocação X problemas

Segundo a arquiteta Rosana Bernardo, a região da MZ-3 apresenta uma vasta região ocupada por fazendas, com solo de alta fertilidade, e também algumas áreas remanescentes de matas como Santa Genebra e Capoeiras.

Por outro lado, ressalta-se a presença do Pólo I da Ciatec, parcialmente implantado, e do Terminal Intermodal de Cargas do Campus Universitário da Unicamp. É uma região conhecida nacionalmente pelo Hospital de Clínicas, Centro Médico e Centro Infantil de Investigações Hematológicas Boldrini.

Apesar de ser uma região cortada por grandes eixos rodoviários, de acordo com levantamento do Seplama, a estrutura viária necessita de melhoria e de correção de descontinuidade da malha, além da necessidade de implantação de vias marginais às rodovias. "Há ainda os problemas relativos à inundação nas favelas localizadas nos jardins Campineiro São Marcos e Santa Mônica" , ressalta Rosana.

RAIO X

Onde fica - Região Norte

Principais bairros - Cidade Universitária, Real Parque, Guará, Jardim Campineiro, Jardim São Marcos, Jardim Santa Mônica, Chácaras Amarais, Recanto Fortuna, Vila San Martin, loteamento do Terminal Intermodal de Cargas, Parque dos Jacarandás, Parque das Universidades, Parque Rural Santa Cândida, Parque Xangrilá, Jardim Myriam Moreira da Costa, Parque dos Pomares, Chácaras São Rafael, Parque Luciamar, Parque do Imperador, Illè de France, Sítios Recreio Gramado, Sítios Alto da Nova Campinas e Chácaras Oak Hills.

Habitantes - Com 64.171 habitantes conforme o Censo 2000 e 70 mil segundo estimativas da Seplama 2005.

Origem - Loteamento Luiz Vicentim, aprovado pelo decreto 242 de 28 de novembro de 1947.