Ocorrências de casos humanos de
Influenza A (H1N1)
1. CASOS EM CAMPINAS
1.1- A Secretaria Municipal de Saúde informa
nesta segunda-feira, 24 de agosto, que foram
confirmados 6 NOVOS
CASOS de infecção pelo
vírus Influenza A (H1N1) em moradores de
Campinas.
1.2 - Com estas ocorrências, a Secretaria de
Saúde de Campinas registra um total de
173 CASOS CONFIRMADOS
da doença no município. Entre estes casos,
estão confirmadas 12 MORTES,
sendo oito mulheres e quatro homens. Uma das
mulheres que morreram estava grávida.
A média de idade dos óbitos foi de 35
anos.
1.3– Segundo o sexo, do total de casos (dos
173 confirmados), 70 foram em homens (40,4%)
e 103 em mulheres (59%), sendo nove
gestantes. Quando se avalia proporção de
casos por faixa etária acometida, observa-se
que a influenza A (H1N1) tem atingido
principalmente indivíduos entre 21 e 40
anos, mas em agosto a concentração nesta
faixa etária diminuiu aumentando a proporção
em outras faixas etárias como as de 11 a 20
anos e 41 a 60 anos.
1.4 - As tendências temporais dos casos
confirmados e suspeitos de influenza no
município
de Campinas parecem indicar que o período
mais crítico foi o final de julho e início
de agosto e que nas últimas semanas existe
uma tendência de diminuição de casos. Esta
tendência deve ser observada nos próximos
dias para avaliar o comportamento da curva
epidêmica e verificar se este declínio se
mantém.
1.5 – Vale destacar que o total de casos é o
resultado acumulado desde os primeiros
registros confirmados de infecção em
moradores de Campinas, no dia 19 de junho.
Foram dois casos com início de sintomas no
dia 14 de junho. Eram dois adultos
procedentes da Argentina. A quase
totalidade desses pacientes já recebeu alta
ou está em processo de recuperação.
1.6 - De acordo o Protocolo
de Manejo Clínico e Vigilância
Epidemiológica da Influenza, de 15 de julho,
baseado em recomendações da Organização
Mundial da Saúde (OMS), não está mais
indicada a identificação individual de cada
caso de influenza pelo novo H1N1, mas a
notificação, investigação, diagnóstico
laboratorial e tratamento dos casos com
síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e
dos grupos de risco para desenvolver formas
graves, assim como identificação de novos
focos da doença no país.
Portanto, os casos confirmados em
Campinas não representam a totalidade.
1.7 – Dentro deste cenário, comunica que
investiga 3 NOVOS ÓBITOS
SUSPEITOS de Doença
Respiratória Aguda Grave (DRAG), que serão
investigados também para Influenza A (H1N1).
Estes óbitos ocorreram neste final de
semana, dias 22 e 23 de agosto. Dois são de
moradores de Campinas e um é de outro
município. Com estas três novas suspeitas,
Campinas investiga 5 ÓBITOS
SUSPEITOS de DRAG.
2. PERFIL CLÍNICO E
EPIDEMIOLÓGICO
2.1- O quadro clínico da maior
parte dos pacientes da Influenza A H1N1 se
assemelha muito à Influenza Sazonal tais
como febre, dor de garganta, tosse, mialgia
dentre outros. Mas existem alguns aspectos
que diferenciam estas doenças e devem levar
os profissionais de saúde e pacientes a
tomar alguns cuidados. Os grupos de risco
para influenza sazonal
(pneumopatas, cardiopatas,
imunocomprometidos, gestação, entre outros)
também são
grupos de risco para Influenza A
H1N1. Chama a atenção o risco
particularmente alto no caso da gestação e
puerpério e o risco em obesos com Influenza
A H1N1, que não faz parte do grupo de risco
da Influenza Sazonal. Outras diferenças
aparecem na proporção de internação e óbitos
por faixa etária. Enquanto na Influenza
sazonal a maior parte dos casos graves e
óbitos se concentram entre menores de 5 anos
e maiores de 60 anos, a maior parte dos
casos graves (DRAGs) e óbitos por Influenza
A H1N1 se concentra na faixa etária entre 21
e 40 anos. A razão deste fenômeno aguarda
explicações, poderia refletir uma taxa de
ataque maior nesta faixa etária, mas parece
de fato refletir aspectos fisiopatológicos.
2.2 - As complicações mais
freqüentes da Influenza Sazonal são
complicações bacterianas
Secundárias, como pneumonias e
descompensação de doenças de base.
Diferentemente, a
complicação mais comum da
Influenza A (H1N1) é a pneumonia viral
primária que pode levar a lesão alveolar
significativa com quadros graves de
insuficiência respiratória e Síndrome da
Angustia Respiratória do Adulto (SARA).
Estes quadros podem se apresentar
radiologicamente no início como lesões
localizadas, mas na evolução se apresentam
com padrão intersticial bilateral difuso. O
agravamento do quadro quando presente se dá
por volta do 4º dia de sintoma (WHO, 2009.
WEEKLY
EPIDEMIOLOGICAL RECORD, NO. 30, 24 JULY
2009).
3.
PROVIDÊNCIAS
3.1 – O monitoramento da circulação do novo
vírus no município está sendo feito pela
Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância
em Saúde e Vigilâncias Distritais com apoio
dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com
base no acompanhamento dos casos suspeitos e
confirmados.
3.2 – A
Secretaria de Saúde informa que tem
monitorado casos graves junto aos hospitais
públicos e privados de Campinas e
disponibilizado suporte técnico e logístico
para toda rede pública e privada de saúde do
município – com disponibilização de
medicamento para casos em que há indicação
conforme Protocolo do Ministério da Saúde e
investigação laboratorial -, para que todos
os pacientes sejam tratados adequadamente.
Essas medidas têm o objetivo de realizar
diagnóstico precoce e proporcionar
tratamento ágil a todos que necessitem, no
sentido de reduzir a possibilidade de
óbitos.
3.3. –
Outras PROVIDÊNCIAS adotadas
por Campinas:
-
Capacitação das redes de saúde pública e
privada;
- Reuniões
com setores hoteleiro, de turismo,
comercial, de educação e com a RMC;
- Reunião
com secretariado e autarquias municipais;
- Reunião
com o Conselho Municipal de Saúde;
-
Elaboração do plano de contingência e
protocolo de atendimento;
-
Incremento do plantão de vigilância;
-
Reorganização da rede de assistência;
- Adiamento
do início das aulas para todas as escolas
públicas até dia 17 de agosto, suspensão das
aulas na educação infantil até esta mesma
data e recomendação da prorrogação das
férias também para a rede privada inclusive
universidades e faculdades;
- Adequação
da logística de recursos materiais e
humanos;
-
Incremento constante das ações de
comunicação, informação e mobilização
social, tendo sido firmadas recentemente
parcerias com a Emdec, para campanha na
Rodoviária e entre motoristas e cobradores,
e com a Unimed Campinas, para campanha entre
profissionais de saúde cooperados e para a
população em geral;
- Além
disso, a Vigilância em Saúde divulgou
orientação técnica onde indica que gestantes
trabalhadoras que atuam em contato direto
com o público, particularmente na área da
saúde, sejam deslocadas para novas
atribuições ou afastadas de suas atividades,
de acordo com as especificidades de cada
local ou, na impossibilidade de
transferência, que as instituições estudem
alternativas legais de afastamento
temporário destas mulheres;
- Criação
do Comitê Assessor Municipal da
Influenza A (H1N1), com objetivo de agregar
pessoas que representam outros setores da
saúde no município, das áreas científica e
de assistência, que possam somar forças com
a Administração Municipal nas decisões,
medidas de controle e de assistência aos
pacientes.
- Ampliação
do acesso à medicação a partir de 15 de
agosto, data em que os pacientes moradores
de Campinas com síndrome gripal e com fator
de risco para complicações, que necessitem
da medicação Oseltamivir, passam a ser
encaminhados para a retirada do medicamento
no Hospital Municipal Mário Gatti – no
Acolhimento do Pronto-Socorro –, na avenida
Faria Lima, das 7h às 23h, e no Complexo
Hospitalar Ouro Verde - na farmácia externa
do Pronto-Socorro, na avenida Ruy Rodrigues,
3034, com atendimento 24 horas.
3.4 – A Prefeitura informa que o início das
aulas na rede pública municipal de educação
foi mantido para o dia 17 de agosto. A
medida inclui Centros
Municipais de Educação Infantil (Cemeis),
creches municipais conveniadas, pré-escola,
ensino fundamental e Educação de Jovens e
Adultos. A decisão atinge pelo menos 65 mil
alunos em todo município. A medida teve como
objetivo conter o avanço da epidemia da nova
gripe (Influenza A H1N1), já que reduz a
capacidade de disseminação do vírus na
comunidade, e preservar a saúde das
crianças, já que o comportamento social dos
pequenos facilita a transmissão entre eles.
Na volta às aulas, foram intensificadas as
ações de educação em saúde, informação e
mobilização social com a distribuição de 300
mil folhetos entre alunos, pais e
professores com orientação sobre a nova
gripe, sintomas, orientações sobre crianças
com sinais – que não devem freqüentar a
escola e precisam de atendimento médico – e
sobre afastamento para os alunos com
síndrome gripal – que devem permanecer em
casa por sete dias após início de sintomas.
4. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA
REGIÃO:
4.1- No
Brasil, foram confirmados 368
óbitos por Influenza A, segundo boletim
divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 18
de agosto. No Estado de São Paulo, foram
confirmados 151 ÓBITOS. Na
Região de Campinas, até dia 20 de agosto,
são 36.
5.
RECOMENDAÇÕES:
Diante da
situação epidemiológica atual da influenza,
a Vigilância em Saúde de Campinas
reforça as medidas de prevenção e proteção
individual que neste momento são as mais
importantes para reduzir o risco da
propagação da doença no município e no País.
As medidas são:
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a
boca com um lenço, preferencialmente
descartável.
- Lavar as mãos frequentemente com água e
sabão, especialmente depois de tossir ou
espirrar.
- Evitar locais fechados com aglomeração de
pessoas.
- Evitar o contato direto com pessoas
doentes.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas
e objetos de uso pessoal.
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
- Em caso de adoecimento, procurar
assistência médica e informar história de
contato com doentes ou/e roteiro de viagens
recentes.
- Não usar medicamentos sem orientação
médica.
- Pessoas com sintomas de gripe
(febre,
tosse, coriza e dores de garganta, de cabeça
ou pelo corpo e desconforto respiratório
como dor e dificuldade para respirar)
devem procurar o
profissional de saúde onde habitualmente já
se consultam para avaliação do médico e
monitoramento clínico, diagnóstico precoce
de gravidade e investigação epidemiológica
de casos graves e surtos. Elas não devem ir
ao trabalho e à escola ou a locais de
aglomeração de pessoas.
Os hospitais
devem ser reservados para os casos mais
graves.
Para as
escolas, as orientações são:
A Influenza
A (H1N1) é uma doença respiratória aguda
(gripe), causada pelo vírus influenza A
(H1N1). Este novo vírus da influenza, assim
como a gripe comum, é transmitido de pessoa
a pessoa principalmente, por meio de tosse
ou espirro e de contato com secreções
respiratórias de pessoas infectadas. Os
sintomas são: febre e tosse podendo estar
acompanhadas de dor de cabeça, dores
musculares e nas articulações e dor de
garganta.
Todos que
apresentarem um desses sintomas acima
não deverão freqüentar a escola
e deverão consultar um serviço de
saúde. Se o diagnóstico for síndrome
gripal a pessoa deve permanecer em domicílio
por sete dias após o início dos sintomas
para evitar a transmissão do vírus para
pessoas sadias.
As
seguintes medidas de higiene devem ser
tomadas e incentivadas para evitar o
contágio:
-
Higienizar as mãos frequentemente com
água e sabão ou com solução álcool-gel;
-
Evitar
tocar os olhos, nariz ou boca após
contato com superfícies;
-
Não
compartilhar copos e utensílios, sem que
sejam previamente limpos;
-
Proteger com lenços (preferencialmente
descartáveis a cada uso) a boca e nariz
ao tossir ou espirrar;
-
Pessoas
com síndrome gripal devem evitar entrar
em contato com outras pessoas, devem
evitar aglomerações e ambientes fechados
e, se não for possível, usar máscaras
cirúrgicas;
-
Manter
ambientes ventilados, inclusive no
transporte escolar;
-
Manter
uma boa alimentação e hábitos saudáveis;
-
Manter
os brinquedos limpos usando água e sabão
para a higienização;
-
Se
afastado da escola, não participar de
atividades extraescolares que envolvam
grupos sociais, permanecendo em repouso
para a adequada recuperação e não
transmissão da doença;
-
Não
tomar medicamento sem indicação médica.
A automedicação pode mascarar sintomas,
retardar o diagnóstico e até causar
resistência do vírus;
-
Todas
as pessoas que apresentarem sintomas da
gripe deverão procurar um serviço de
saúde para avaliação e monitoramento
-
Para
maiores informações: 160 ou
www.campinas.sp.gov.br/saude