Campinas,
24 de julho de 2009, às 12h
Nota à
imprensa
Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)
1. CASOS
EM CAMPINAS
1.1 - A
Secretaria Municipal de Saúde informa nesta sexta-feira,
24 de julho, que foram confirmados
3 NOVOS
CASOS
de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em moradores
de Campinas. Trata-se de uma criança de 7 anos, do sexo
masculino; um homem de 37 anos; e uma mulher de 18 anos.
Estes pacientes estão em processo de recuperação e
passam bem.
1.2 - Com
os novos casos, a Secretaria de Saúde registra um total
de
58 CASOS
CONFIRMADOS
da doença. Vale destacar que esses casos são o resultado
acumulado desde os primeiros registros confirmados de
infecção em moradores de Campinas, no dia 19 de junho.
A quase
totalidade desses pacientes já recebeu alta ou está em
processo de recuperação.
1.3 - De
acordo com último Protocolo de Manejo Clínico e
Vigilância Epidemiológica da Influenza, de 8 de julho,
baseado em recomendações da Organização Mundial da
Saúde, não está mais indicada a identificação individual
de cada caso de influenza pelo novo H1N1, mas a
notificação, investigação, diagnóstico laboratorial e
tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda
grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver
formas graves, assim como identificação de novos focos
da doença no país.
1.4 –
Dentro deste novo cenário, comunica que investiga
1
NOVO ÓBITO
suspeito de Doença Respiratória Aguda Grave (SRAG) que
será analisado para várias doenças inclusive para
Influenza A (H1N1). Trata-se de uma mulher de 37 anos,
moradora de Campinas, que morreu em um hospital público
na quinta-feira, dia 23.
Com o novo
caso, Campinas registra um total de seis óbitos
suspeitos de Doença Respiratória Aguda Grave de
moradores do município em investigação pela Vigilância
em Saúde. Os exames destes pacientes estão sendo
processados.
1.5 –
Ainda dentro deste cenário, a Secretaria de Saúde
informa que aguarda resultado de exames de 74 casos
notificados de algum tipo suspeito de gripe em Campinas.
1.6 – Até
o momento, dos casos investigados por Campinas, foram
confirmados 24 ocorrências para Influenza sazonal.
2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS EM
CAMPINAS E PROVIDÊNCIAS
2.1 – Dos
58 casos positivos em Campinas, 53 foram confirmados por
exames laboratoriais e 5 por critério
clínico-epidemiológico. Do total, 19 foram de pessoas
que se infectaram no exterior e o restante são casos
secundários.
2.2 – Os principais locais de provável infecção dos
casos importados foram Argentina, Chile, Inglaterra,
Itália e Estados Unidos.
2.3 - A
análise epidemiológica realizada até o momento indica
que a faixa etária mais acometida tanto pelo vírus H1N1
quanto pelo vírus da influenza sazonal é a de 20 a 49
anos. Do total de casos, 27 são em homens e 31 em
mulheres.
2.5 - É
importante ressaltar que a maioria absoluta das pessoas
infectadas pela nova gripe manifesta sintomas leves,
parecidos com os da gripe comum, e se recupera
rapidamente. A letalidade média da nova gripe no mundo
(0,45%) é igual à da gripe sazonal.
2.6 - O monitoramento da circulação do novo vírus no
município está sendo feito pela Secretaria de Saúde, por
meio da Vigilância em Saúde e Vigilâncias Distritais com
apoio dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com base
no acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados.
2.7 – A
Secretaria de Saúde ressalta que vem se antecipando a
eventuais mudanças no cenário epidemiológico e mantém
uma rede bem preparada e estruturada para enfrentar a
nova gripe. No último dia 3, o MS anunciou novas
recomendações para tratamento e internação e realização
de exames em pacientes com sintomas graves de gripe; e
para o monitoramento de casos suspeitos. Essas medidas,
já adotadas por Campinas, têm o objetivo de realizar
diagnóstico precoce, tratamento ágil na rede pública a
todos que necessitem, no sentido de reduzir a
possibilidade de óbitos.
2.8 –
PROVIDÊNCIAS
já adotadas por Campinas: capacitação das redes de saúde
pública e privada; reuniões com setores hoteleiro, de
turismo, comercial, de educação e com a RMC; reunião com
secretariado e autarquias municipais; reunião com o
Conselho Municipal de Saúde; elaboração do plano de
contingência e protocolo de atendimento; incremento do
plantão de vigilância; e reorganização da rede de
assistência. Também está sendo adequada a logística de
recursos materiais e humanos; e incrementadas as ações
de comunicação, informação e mobilização social.
3. CASOS
NO BRASIL (ATÉ 8 DE JULHO)
No Brasil,
até dia 23 de julho, foram confirmados 1.566 casos, com
29 óbitos. No Estado de São Paulo, são mais de 500 casos
e doze mortes.
4. CASOS
CONFIRMADOS E ÓBITOS NO MUNDO
4.1
– Segundo a última atualização da Organização Mundial de
Saúde (OMS), há mais de 120 mil casos da nova gripe, em
160 países. O número de óbitos é de 800.
5.
RECOMENDAÇÕES:
Diante da
situação epidemiológica atual da influenza, a Vigilância
em Saúde de Campinas reforça as medidas de prevenção e
proteção individual que neste momento são as mais
importantes para reduzir o risco da propagação da doença
no município e no País. As medidas são:
- Ao
tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um
lenço, preferencialmente descartável.
- Lavar as
mãos frequentemente com água e sabão, especialmente
depois de tossir ou espirrar.
- Evitar
locais fechados com aglomeração de pessoas.
- Evitar o
contato direto com pessoas doentes.
- Não
compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso
pessoal.
- Evitar
tocar olhos, nariz ou boca.
- Em caso
de adoecimento, procurar assistência médica e informar
história de contato com doentes ou/e roteiro de viagens
recentes.
- Não usar
medicamentos sem orientação médica.
- Pessoas
com sintomas de gripe (febre, tosse, coriza e dores de
garganta, de cabeça ou pelo corpo e desconforto
respiratório como dor e dificuldade para respirar) devem
procurar o profissional de saúde onde habitualmente já
se consultam para avaliação do médico e monitoramento
clínico, diagnóstico precoce de gravidade e investigação
epidemiológica de casos graves e surtos. Os hospitais
devem ser reservados para os casos mais graves
Perguntas
e respostas sobre Influenza A (H1N1) - atualizadas em
16/07/2009
1.
Existe transmissão sustentada do vírus da Influenza A
(H1N1) no Brasil?
Desde 24 de abril, data do primeiro alerta dado pela
OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento da
nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da
Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que
tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem
esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde
recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da
Influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo.
Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu
no último dia 30 de junho. Esse caso nos dá a primeira
evidência de que o novo vírus está em circulação em
território nacional. Todas as estratégias que o MS
deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas
há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A
atualização constante de nossas ações contra a nova
gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde
esteja integrada para manter e reforçar as medidas de
atenção à população.
2. Qual a diferença entre a gripe comum e a Influenza
A (H1N1)?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus
Influenza. Os sintomas são muito parecidos e se
confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores
musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso,
não importa, neste momento, saber se o que se tem é
gripe comum ou a nova gripe. A orientação é, ao ter
alguns desses sintomas, procure seu médico ou vá a um
posto de saúde. É importante frisar que, na gripe comum,
a maioria dos casos apresenta quadro clínico leve e
quase 100% evoluem para a cura. Isso também ocorre na
nova gripe. Em ambos os casos, o total de pessoas que
morrem após contraírem o vírus em todo o mundo é, em
média, de 0,5%.
3. Quando eu devo procurar um médico?
Se você tiver sintomas como febre repentina, tosse,
dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações
e coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como
já se faz com a gripe comum.
4. O que fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer pessoa que apresente sintomas de gripe deve
procurar seu médico de confiança ou o serviço de saúde
mais próximo, para receber o tratamento adequado. Nos
casos de agravamento ou de pessoas que façam parte do
grupo de risco, os pacientes serão encaminhados a um
hospital.
5. Por que o exame laboratorial parou de ser
realizado em todos os casos suspeitos?
Essa mudança ocorreu porque um percentual
significativo — mais de 70% — das amostras de casos
suspeitos analisadas em laboratórios de referência,
antes dessa mudança, não era da nova gripe, mas de
outros vírus respiratórios. Com o aumento do número de
casos no país, a prioridade do sistema público de saúde
é detectar e tratar com a máxima agilidade os casos
graves e evitar mortes.
6. Se o exame não é realizado em todas as pessoas,
isso significa que o número de casos registrados será
subnotificado?
É importante ficar claro que vários países estão
adotando a mesma prática, por recomendação da
Organização Mundial da Saúde. Vamos continuar a
registrar o número de casos. Como já ocorre com surtos
de gripe comum, vamos confirmar uma amostra de casos e
todos os outros que tiverem os mesmos sintomas e no
mesmo ambiente, seja em casa, na escola, no trabalho, na
igreja ou no clube, serão confirmados por vínculo
epidemiológico. Além disso, temos no Brasil 62 unidades
de “Rede Sentinela” em todos os estados, com a função de
monitorar a circulação do vírus influenza e ocorrência
de surtos. Essa rede permite que as autoridades
sanitárias monitorem a ocorrência de surtos devido ao
vírus da gripe comum — e, agora, do novo vírus — por
meio da coleta sistemática de amostras e envio aos
laboratórios de referência. É importante ficar claro
que, a partir de agora, o objetivo não é saber se todos
os que têm gripe foram infectados por vírus da influenza
sazonal ou pelo novo vírus. Com o aumento no número de
casos, passamos agora a trabalhar com o diagnóstico
coletivo, exceto para aqueles que podem desenvolver a
forma grave da doença, seja gripe comum ou gripe A.
7. Quais os critérios de utilização para o Tamiflu?
Apenas os pacientes com agravamento do estado de
saúde nas primeiras 48 horas, desde o início dos
sintomas, e as pessoas com maior risco de apresentar
quadro clínico grave serão medicados com o Tamiflu. Os
demais terão os sintomas tratados, de acordo com
indicação médica. O objetivo é evitar o uso
desnecessário e uma possível resistência ao medicamento,
assim como já foi registrado no Reino Unido, Japão e
Hong Kong. É importante lembrar, também, que todas as
pessoas que compõem o grupo de risco para complicações
de influenza requerem avaliação e monitoramento clínico
constante de seu médico, para indicação ou não de
tratamento com o Tamiflu. Esse grupo de risco é composto
por: idosos acima de 60 anos, crianças menores de dois
anos, gestantes, pessoas com diabetes, doença cardíaca,
pulmonar ou renal crônica, deficiência imunológica (como
pacientes com câncer, em tratamento para AIDS), e também
pessoas com doenças provocadas por alterações da
hemoglobina, como anemia falciforme.
8. O medicamento está em falta?
Não. O Ministério da Saúde possui estoque suficiente
de medicamento para tratamento dos casos indicados. Além
de comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima
para produzir mais nove milhões de tratamentos.
9. Os hospitais estão preparados para atender
pacientes com a Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de
referência para tratamento de pacientes graves
infectados pelo novo vírus. Nestas unidades, existem 900
leitos com isolamento adequado para atender aos casos
que necessitem de internação. Todos os outros hospitais
estão preparados para receber pacientes com sintomas
leves de gripe.
10. Como eu posso me prevenir da doença?
Alguns cuidados básicos de higiene podem ser
tomados, como: lavar bem as mãos frequentemente com água
e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após
contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso
pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável
ao tossir ou espirrar.