Campinas,
22 de julho de 2009, às 18h
Nota à
imprensa
Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)
1. CASOS EM CAMPINAS
1.1 - A
Secretaria Municipal de Saúde informa nesta
quarta-feira, 22 de julho, que foram confirmados 2
NOVOS CASOS de infecção pelo vírus Influenza A
(H1N1) em moradores de Campinas. São duas mulheres na
faixa etária de 30 a 40 anos, que não viajaram para o
exterior. Elas já receberam alta e se recuperam bem.
1.2 - Com os novos casos, a Secretaria de
Saúde registra um total de
55 CASOS
CONFIRMADOS
da doença. Vale destacar que esses casos são o resultado
acumulado desde os primeiros registros confirmados de
infecção em moradores de Campinas, no dia 19 de junho.
A quase totalidade desses pacientes já recebeu alta ou
está em processo de recuperação.
1.3 –
PARA TODOS OS CASOS
está sendo realizada busca ativa de contatos próximos.
1.4 –
Comunica ainda que investiga 1 NOVO ÓBITO
suspeito de Doença Respiratória Aguda Grave que será
analisado para várias doenças inclusive para Influenza A
(H1N1). Trata-se de uma mulher de 22 anos, moradora de
Campinas, que morreu num hospital público nesta
quarta-feira.
Com o novo
caso, registra um total de seis óbitos suspeitos de
Doença Respiratória Aguda Grave em investigação pela
Vigilância em Saúde de Campinas, sendo cinco de
moradores de Campinas. Os exames destes pacientes estão
sendo processados.
2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS EM
CAMPINAS E PROVIDÊNCIAS
2.1
– Dos 55 casos positivos em Campinas, 50 foram
confirmados por exames laboratoriais e 5 por critério
clínico-epidemiológico. Do total, 19 foram de pessoas
que se infectaram no exterior e o restante são casos
secundários.
2.2 – Os principais locais de provável infecção dos
casos importados foram Argentina, Chile, Inglaterra,
Itália e Estados Unidos.
2.4 – Do
total de casos, 24 são em homens e 31 em mulheres. A
maioria dos casos está concentrada na faixa etária de 20
a 49 anos. Dois são em crianças. Não há casos em pessoas
com mais de 60 anos.
2.5 - É
importante ressaltar que a maioria absoluta das pessoas
infectadas pela nova gripe manifesta sintomas leves,
parecidos com os da gripe comum, e se recupera
rapidamente. A letalidade média da nova gripe no mundo
(0,45%) é igual à da gripe sazonal.
2.6 - O monitoramento da circulação do novo vírus no
município está sendo feito pela Secretaria de Saúde, por
meio da Vigilância em Saúde e Vigilâncias Distritais com
apoio dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com base
no acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados.
2.7 – A
Secretaria de Saúde ressalta que vem se antecipando a
eventuais mudanças no cenário epidemiológico e mantém
uma rede bem preparada e estruturada para enfrentar a
nova gripe. No último dia 3, o MS anunciou novas
recomendações para tratamento e internação e realização
de exames em pacientes com sintomas graves de gripe; e
para o monitoramento de casos suspeitos. Essas medidas,
já adotadas por Campinas, têm o objetivo de realizar
diagnóstico precoce, tratamento ágil na rede pública a
todos que necessitem, no sentido de reduzir a
possibilidade de óbitos.
2.8 –
PROVIDÊNCIAS já adotadas por Campinas:
capacitação das redes de saúde pública e privada;
reuniões com setores hoteleiro, comercial e de educação;
reunião com secretariado e autarquias municipais;
elaboração do plano de contingência e protocolo de
atendimento; incremento do plantão de vigilância; e
reorganização da rede de assistência. Também está sendo
adequada a logística de recursos materiais e humanos; e
incrementadas as ações de comunicação, informação e
mobilização social.
3.
CASOS NO BRASIL (ATÉ 8 DE JULHO)
No Brasil,
até dia 15 de julho, foram confirmados 1.175 casos, com
20 óbitos. No Estado de São Paulo, são mais de 500 casos
e oito mortes.
4.
CASOS CONFIRMADOS E ÓBITOS NO MUNDO
4.1
– Segundo a última atualização da Organização Mundial de
Saúde (OMS), há 119.344 casos da nova gripe, em 122
países. O número de óbitos é de 591 com uma taxa de
letalidade de 0,50%.
4.2 – Ainda de acordo com a OMS, em sete países a
transmissão do vírus entre pessoas é considerada
sustentada: Estados Unidos, México, Canadá, Chile,
Argentina, Austrália e Reino Unido.
5.
RECOMENDAÇÕES:
Diante da
situação epidemiológica atual da influenza, a Vigilância
em Saúde de Campinas reforça as medidas de prevenção e
proteção individual que neste momento são as mais
importantes para reduzir o risco da propagação da doença
no município e no País. As medidas são:
- Ao
tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um
lenço, preferencialmente descartável.
- Lavar as
mãos frequentemente com água e sabão, especialmente
depois de tossir ou espirrar.
- Evitar
locais fechados com aglomeração de pessoas.
- Evitar o
contato direto com pessoas doentes.
- Não
compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso
pessoal.
- Evitar
tocar olhos, nariz ou boca.
- Em caso
de adoecimento, procurar assistência médica e informar
história de contato com doentes ou/e roteiro de viagens
recentes.
- Não usar
medicamentos sem orientação médica.
- Pessoas
com sintomas de gripe (febre, tosse, coriza e dores de
garganta, de cabeça ou pelo corpo e desconforto
respiratório como dor e dificuldade para respirar) devem
procurar o profissional de saúde onde habitualmente já
se consultam para avaliação do médico e monitoramento
clínico, diagnóstico precoce de gravidade e investigação
epidemiológica de casos graves e surtos.
Perguntas
e respostas sobre Influenza A (H1N1) - atualizadas em
16/07/2009
1. Existe
transmissão sustentada do vírus da Influenza A (H1N1) no
Brasil?
Desde 24
de abril, data do primeiro alerta dado pela OMS
(Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento da
nova doença, até o dia 15 de julho, o Ministério da
Saúde só havia registrado casos no país de pessoas que
tinham contraído a doença no exterior ou pego de quem
esteve fora. No dia 16 de julho, o Ministério da Saúde
recebeu a notificação do primeiro caso de transmissão da
Influenza A (H1N1) no Brasil sem esse tipo de vínculo.
Trata-se de paciente do Estado de São Paulo, que morreu
no último dia 30 de junho. Esse caso nos dá a primeira
evidência de que o novo vírus está em circulação em
território nacional. Todas as estratégias que o MS
deveria adotar numa situação como esta já foram tomadas
há quase três semanas. O Brasil se antecipou. A
atualização constante de nossas ações contra a nova
gripe permitiu que, neste momento, toda a rede de saúde
esteja integrada para manter e reforçar as medidas de
atenção à população.
2. Qual a
diferença entre a gripe comum e a Influenza A (H1N1)?
Elas são
causadas por diferentes subtipos do vírus Influenza. Os
sintomas são muito parecidos e se confundem: febre
repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores
nas articulações e coriza. Por isso, não importa, neste
momento, saber se o que se tem é gripe comum ou a nova
gripe. A orientação é, ao ter alguns desses sintomas,
procure seu médico ou vá a um posto de saúde. É
importante frisar que, na gripe comum, a maioria dos
casos apresenta quadro clínico leve e quase 100% evoluem
para a cura. Isso também ocorre na nova gripe. Em ambos
os casos, o total de pessoas que morrem após contraírem
o vírus em todo o mundo é, em média, de 0,5%.
3. Quando eu devo procurar um médico?
Se você
tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de
cabeça, dores musculares, dores nas articulações e
coriza, procure um médico ou um serviço de saúde, como
já se faz com a gripe comum.
4. O que
fazer em caso de surgimento de sintomas?
Qualquer
pessoa que apresente sintomas de gripe deve procurar seu
médico de confiança ou o serviço de saúde mais próximo,
para receber o tratamento adequado. Nos casos de
agravamento ou de pessoas que façam parte do grupo de
risco, os pacientes serão encaminhados a um hospital.
5. Por que
o exame laboratorial parou de ser realizado em todos os
casos suspeitos?
Essa
mudança ocorreu porque um percentual significativo —
mais de 70% — das amostras de casos suspeitos analisadas
em laboratórios de referência, antes dessa mudança, não
era da nova gripe, mas de outros vírus respiratórios.
Com o aumento do número de casos no país, a prioridade
do sistema público de saúde é detectar e tratar com a
máxima agilidade os casos graves e evitar mortes.
6. Se o
exame não é realizado em todas as pessoas, isso
significa que o número de casos registrados será
subnotificado?
É
importante ficar claro que vários países estão adotando
a mesma prática, por recomendação da Organização Mundial
da Saúde. Vamos continuar a registrar o número de casos.
Como já ocorre com surtos de gripe comum, vamos
confirmar uma amostra de casos e todos os outros que
tiverem os mesmos sintomas e no mesmo ambiente, seja em
casa, na escola, no trabalho, na igreja ou no clube,
serão confirmados por vínculo epidemiológico. Além
disso, temos no Brasil 62 unidades de “Rede Sentinela”
em todos os estados, com a função de monitorar a
circulação do vírus influenza e ocorrência de surtos.
Essa rede permite que as autoridades sanitárias
monitorem a ocorrência de surtos devido ao vírus da
gripe comum — e, agora, do novo vírus — por meio da
coleta sistemática de amostras e envio aos laboratórios
de referência. É importante ficar claro que, a partir de
agora, o objetivo não é saber se todos os que têm gripe
foram infectados por vírus da influenza sazonal ou pelo
novo vírus. Com o aumento no número de casos, passamos
agora a trabalhar com o diagnóstico coletivo, exceto
para aqueles que podem desenvolver a forma grave da
doença, seja gripe comum ou gripe A.
7. Quais
os critérios de utilização para o Tamiflu?
Apenas os
pacientes com agravamento do estado de saúde nas
primeiras 48 horas, desde o início dos sintomas, e as
pessoas com maior risco de apresentar quadro clínico
grave serão medicados com o Tamiflu. Os demais terão os
sintomas tratados, de acordo com indicação médica. O
objetivo é evitar o uso desnecessário e uma possível
resistência ao medicamento, assim como já foi registrado
no Reino Unido, Japão e Hong Kong. É importante lembrar,
também, que todas as pessoas que compõem o grupo de
risco para complicações de influenza requerem avaliação
e monitoramento clínico constante de seu médico, para
indicação ou não de tratamento com o Tamiflu. Esse grupo
de risco é composto por: idosos acima de 60 anos,
crianças menores de dois anos, gestantes, pessoas com
diabetes, doença cardíaca, pulmonar ou renal crônica,
deficiência imunológica (como pacientes com câncer, em
tratamento para AIDS), e também pessoas com doenças
provocadas por alterações da hemoglobina, como anemia
falciforme.
8. O
medicamento está em falta?
Não. O
Ministério da Saúde possui estoque suficiente de
medicamento para tratamento dos casos indicados. Além de
comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima para
produzir mais nove milhões de tratamentos.
9. Os
hospitais estão preparados para atender pacientes com a
Influenza A (H1N1)?
Atualmente, o Brasil possui 68 hospitais de referência
para tratamento de pacientes graves infectados pelo novo
vírus. Nestas unidades, existem 900 leitos com
isolamento adequado para atender aos casos que
necessitem de internação. Todos os outros hospitais
estão preparados para receber pacientes com sintomas
leves de gripe.
10. Como
eu posso me prevenir da doença?
Alguns
cuidados básicos de higiene podem ser tomados, como:
lavar bem as mãos frequentemente com água e sabão,
evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com
superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e
cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir
ou espirrar.