Informe Semanal - Dengue - 06/2002

28/02/2002

ATENÇÃO: DENGUE NÃO É UM PROBLEMA SÓ DO CAMPO BELO!

Observa-se nas últimas semanas epidemiológicas um deslocamento da epidemia para outras áreas da cidade, não ficando restrita a área do Campo Belo. O percentual de casos daquela região está diminuindo em relação ao total de casos confirmados, apesar de que 60% ainda estão concentrados nesta região. Os outros 40% dos casos estão distribuídos por outras áreas. As principais áreas de transmissão, além do Campo Belo, nesse momento são: no Distrito Sul: outros bairros da área do São Domingos, São José, Carvalho de Moura, Faria Lima. No Distrito Noroeste: área do Balão do Laranja, com interface com o Santa Lúcia e Vila Rica. No Distrito Sudoeste: área do DIC I. No Distrito Norte a área de Barão Geraldo. No Distrito Leste a área de Souzas e Costa e Silva. 

Para manter o monitoramento da epidemia algumas ações são fundamentais:   

  • manter níveis elevados de suspeição em todas as áreas da cidade e notificar todos os suspeitos; 
  • realizar busca ativa de suspeitos (se não for possível, pelo menos para todos os casos confirmados), com orientação e retirada de criadouros removíveis. O objetivo é avaliar a expansão da epidemia, descobrir novas áreas de transmissão e delimitar locais para intervenção. 

 

PROTOCOLO DE CONTROLE DA EPIDEMIA

Em função do novo perfil epidemiológico do dengue no país, com a circulação do DEN 3, foram necessários alguns ajustes no protocolo das ações de controle de Dengue. Foram incrementadas as atividades de bloqueio químico a partir de casos confirmados autóctones e importados e nos suspeitos importados do Rio de Janeiro. Avaliou-se também a pertinência desses ajustes devido a ampliação das áreas de transmissão e a ocorrência das formas hemorrágicas.  Já houve a circulação do DEN-1 e DEN-2, portanto uma parcela da população é imune a esses sorotipos e ao contrário, toda a população é suscetível ao DEN –3, o que poderia provocar uma epidemia de maiores proporções e aumento de casos de dengue hemorrágico. 

A utilização de produtos químicos no controle de vetores não é uma prática inócua para a saúde das pessoas. Podem ocorrer reações indesejáveis e nocivas à saúde. Outra conseqüência indesejável do uso indiscriminado de produtos químicos é a ocorrência de resistência dos vetores aos produtos utilizados. No entanto, quando se pensa no risco/ benefício desta prática, em momentos de epidemia, é necessário lançar mão de todas as armas para combater a doença e evitar que novas pessoas adoeçam. Sabe-se, também, que o controle químico é tanto mais eficaz quanto mais se investe no controle mecânico. Uma prática não pode prescindir da outra. A inviabilização de criadouros e a eliminação de ovos do mosquito continua sendo a forma de intervenção mais eficiente para diminuir a infestação do Aedes, prevenir a ocorrência de casos e controlar a doença em momentos epidêmicos.

 

DENGUE HEMORRÁGICA 

Confirmado o terceiro caso de dengue hemorrágica. Sexo feminino, 20 anos, procedente do Peru, em passagem por Campinas, atendida na UNICAMP. Até o momento foram notificados à CoViSA 07 casos suspeitos de dengue hemorrágica, sendo 03 confirmados, 01 descartado e os demais em investigação. Não houve ocorrência de casos graves e todas as evoluções foram para cura. Isso se deve, principalmente ao diagnóstico e intervenção precoces. Apesar disso, o número de notificações é pequeno diante do total de suspeitos de dengue. Para que a situação permaneça sobre controle é importantíssima a notificação de todos os casos suspeitos de dengue hemorrágica, de forma rápida (por telefone ou fax), para que sejam tomadas todas as medidas de controle imediatamente.

 

EPIDEMIA DE DENGUE EM CAMPINAS 2002

PERÍODO INFORMAÇÃO CASOS AUTÓCTONES CASOS IMPORTADOS EM INVESTIGAÇÃO TOTAL
Dados 15/02/02 157 50 18 225
Dados 27/02/02 277 79 24 380

Fonte: CoViSA, SMS Campinas 

 

                                   fonte: SINAN/CoViS

Obs: a classificação dos casos por semana refere-se ao início dos sintomas

Comparando-se os dois últimos anos observa-se até o momento que, os picos epidêmicos apresentaram 47 casos na semana 18 (final de abril) em 2001 e 80 casos na semana 05 (início de fevereiro) em 2002 sugerindo um padrão diferente entre essas epidemias.   

BIP VIGILÂNCIA  0800-55.42.42 CÓDIGO 11.30.01

CoViSA, 27 de Fevereiro de 2002

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