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09/01/2019

Notícia - Campinas cria Plano de Prevenção da Febre Maculosa
Autoria: - PMC

 

A Prefeitura de Campinas implantou, nesta quarta-feira, dia 9, o Plano de Ação Intersetorial para Prevenção da Febre Maculosa Brasileira. Trata-se de uma iniciativa inovadora para promover e nortear medidas para reduzir a ocorrência de casos e óbitos por Febre Maculosa.

As medidas integram e harmonizam as ações de prevenção da doença, estabelecendo as competências de 11 secretarias e órgãos participantes do Comitê Municipal de Prevenção e Controle das Arboviroses.

Segundo o secretário Municipal de Saúde, Carmino de Souza, a Febre Maculosa Brasileira (FMB) é um problema importante de saúde pública, não somente em Campinas e na região metropolitana, mas em todo o País. “As medidas a serem tomadas são urbanas, como o cuidado com os parques e jardins e o treinamento contínuo dos profissionais de saúde para que possam identificar a doença e tratá-la rapidamente. A publicação deste documento é um reconhecimento de que esse é um problema de saúde a ser enfrentado continuamente. É fruto do trabalho intersetorial que foi espelhado no Comitê das Arboviroses”.

O secretário ressaltou que o Plano permite a realização de um trabalho que envolve diversas instâncias, levando à minimização do problema. “Temos um número de mortes pequeno porque estamos continuamente atentos. O Plano continuará a ser revisado periodicamente a partir desta abordagem intersetorial que é muito mais eficaz que conduzir a questão somente pela área da saúde”.

O plano terá como meta também o fortalecimento da articulação entre áreas e serviços e a promoção de ações intersetoriais para prevenção e controle da doença. Também serão estabelecidos fluxos entre as secretarias e entes municipais para realizar eventos em parques e áreas públicas do município.

A aprovação da realização de eventos nestes espaços, por exemplo, estará atrelada a ações para que o ambiente fique adequado, minimizando riscos para a população, incluindo cidadãos e funcionários.

A Coordenação da Vigilância de Agravos e Doenças do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde deverá ser comunicada com três meses de antecedência sobre a realização de eventos.

Já a secretaria de Planejamento e Urbanismo, bem como a Setec, deverão avisar imediatamente a coordenação se receberem pedidos para liberação de alvará de eventos em áreas verdes públicas. A Coordenação acionará a Secretaria de Serviços Públicos e os responsáveis pelo evento para orientações sobre as medidas de proteção e controle necessárias para redução dos riscos de FMB. O evento não deve ser realizado se não cumprir as orientações.


Integração entre áreas

O médico infectologista Rodrigo Angerami, do Departamento de Vigilância Sanitária (Devisa), esclarece que o decreto traz vários caminhos para prevenir e controlar a FMB. “É uma forma integrada de reunir todos os entes que têm atribuições e a tecnologia para reduzir o número de casos”. Angerami cita, por exemplo, o manejo ambiental, as atividades educativas e a comunicação de risco para a comunidade. “O decreto traz uma série de caminhos para minimizar algo que é endêmico. Isso possibilita a discussão do assunto no âmbito de todos os envolvidos com otimização e priorização de recursos”.

Doença grave e que pode levar a morte se não for tratada em tempo adequado, a FMB aparece em áreas urbanas e rurais do Brasil, sendo a maior concentração de casos verificada nas regiões Sudeste e Sul. A faixa etária com maior número de casos é a de 20 a 49 anos, prevalecendo em homens que se expuseram a carrapatos, animais hospedeiros domésticos e ou silvestres e que estiveram em locais de rio, cachoeira ou mata.

A bactéria R. rickettsii é a causadora da FMB na região de Campinas e no restante do interior do estado de São Paulo. Ela é transmitida pela picada do carrapato Amblyomma sculptum infectado que carrega a bactéria. Este carrapato parasita várias espécies de mamíferos e aves silvestres, mas a manutenção efetiva desse carrapato numa determinada área depende da existência de, pelo menos, um de seus hospedeiros primários, que, na região, são as capivaras e os equinos.


Números

A febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato estrela. A doença não é transmissível de uma pessoa a outra. É uma infecção grave e para a qual não há vacina. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça e no corpo, náuseas, vômitos e mal-estar generalizado. Se uma pessoa esteve em uma área de risco e apresentou um desses sintomas, deve procurar um serviço de saúde.

Dos registros da doença, 10% referem-se a crianças menores de nove anos de idade. A incidência, por sua vez, é maior de agosto a novembro, este é o período em que há maior número de ninfas (segunda fase de desenvolvimento dos carrapatos) e pode variar entre regiões.

No município de Campinas, também há evidências de relação entre os casos e as bacias hidrográficas do município. O maior número de casos aconteceu em locais próximos ao Rio Atibaia, sendo a concentração maior no trecho do Ribeirão das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio. Casos também foram registrados perto dos ribeirões Anhumas e Quilombo, rio Capivari e seus afluentes. Em Campinas, dentre os indivíduos acometidos por FMB entre janeiro de 2007 e março de 2018, predominaram os do sexo masculino e na faixa etária de 20 a 49 anos. Foram registrados 86 casos e 38 deles levaram a óbitos, uma letalidade média de 46%. Os últimos dados apontam a ocorrência de 8 casos em 2018, com 3 óbitos; 2 casos em 2017 com 1 óbito; 4 casos em 2016 com 2 óbitos; e 9 em 2015, com 3 mortes.

O plano completo pode ser acessado no Diário Oficial de Campinas desta quarta-feira, dia 9 de janeiro, na página 3 (Decreto Nº 20.143 de 08 de janeiro de 2019).

 

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