84 Nota para a imprensa sobre a Influenza A

03/11/2009

Campinas, 03 de novembro de 2009, às 17h

Secretaria de Saúde de Campinas

Nota à imprensa

Situação epidemiológica da influenza pandêmica (H1N1) 2009
 

1. SITUAÇÃO EM CAMPINAS
• A Secretaria Municipal de Saúde informa nesta terça-feira, dia 3 de novembro, que no acumulado até dia 28 de outubro foram confirmados 202 CASOS de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em Campinas. No último boletim, em 21 de outubro, o total era de 199.

• Entre estes casos, estão confirmadas 16 MORTES, sendo nove mulheres e sete homens. Do total de casos – dos 202 -, 16 referiam-se a gestantes, sendo que uma delas evoluiu para óbito. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.

• A Secretaria de Saúde comunica também que, até o momento, estão confirmados 7 surtos pela doença no município. Nesses surtos, 49 pacientes foram atingidos, com média de 7 casos por surto. O período máximo de duração das ocorrências – diferença entre o início de sintomas do primeiro e do último caso – foi de 8 dias. Quatro surtos foram em estabelecimento de saúde, 2 em instituições de ensino e 1 em centro de pesquisa. Todos foram controlados com sucesso por meio de medidas de afastamento social.

• Do total de casos, a faixa etária mais acometida continua sendo a de 20 anos a 49 anos, com 64,3% das ocorrências. Na faixa etária de 15 a 19 anos, estão confirmados 25 casos. Entre 50 e 59, 14. Também há 10 casos em menores de 1 ano. Quanto ao sexo, as mulheres representam a maioria, com 118 casos ou 58,4% dos registros.

• A Secretaria Municipal de Saúde reitera que, embora tenha sido verificada redução no número de casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Campinas, ou simplesmente casos graves, causados pela Influenza A (H1N1), a transmissão do novo vírus A (H1N1) e os casos graves provocados por ele continuam a ocorrer e esta situação deve se manter até a próxima onda pandêmica no Hemisfério Sul, no ano que vem. Portanto, é necessário que as equipes de saúde continuem atentas e que os cuidados em relação às medidas de prevenção sejam mantidos. A Vigilância em Saúde lembra, ainda, que o protocolo que indica tratamento para casos graves, e mesmo para os que não exijam internação, mas que possuem fator de risco, deve ser seguido.

 

2. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA REGIÃO:

• No Brasil, foram confirmados 1.368 óbitos por Influenza A, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 19 de outubro. No Estado de São Paulo, foram 432 ÓBITOS. No comparativo com os 15 países com maior número absoluto de mortes, o Brasil tem a 7ª taxa de mortalidade, que representa o número de casos em cada 100 mil habitantes.

 

3. SITUAÇÃO NOS EUA

Informe semanal sobre influenza produzido pelo CDC (Weekly Influenza Surveillance Report) apresenta vários elementos que apontam no sentido de que está em pleno desenvolvimento uma segunda onda epidêmica nos Estados Unidos. Entre estes elementos estão a circulação ampla do vírus Influenza 2009 A (H1N1) em todo território daquele País, exceto 3 estados, o Distrito de Colúmbia, Ilhas Virgens Americanas, Porto Rico e Guam - note que os últimos territórios não são contíguos ao restante dos EUA e têm clima tropical -; aumento na proporção de pacientes atendidos com síndrome gripal; e aumento nos óbitos em menores de 18 anos por influenza (com diagnóstico laboratorial).

Alguns aspectos desta segunda onda parecem indicar que esta será mais grave que a primeira destacando:

- Casos de óbitos por pneumonia e influenza identificados pelo 122-Cities Mortality Reporting System está acima do limiar epidêmico para a época (o que não aconteceu na primeira onda);

- O número de óbitos por influenza com diagnóstico laboratorial em menores de 18 anos nesta segunda onda (53 óbitos) já é maior que os ocorridos na primeira onda, se considerarmos apenas os óbitos ocorridos após o início da circulação do novo vírus (48 óbitos);

- O número acumulado de internações por influenza em pacientes com faixas etárias de 5-17 anos e 18-49 anos confirmados pelo Emerging Infections Program para a temporada de Influenza 2009-2010 iniciada na semana 35 até a semana 41 (finalizada em 17 de outubro) já é maior que as internações acumuladas para estas faixas etárias nas 3 temporadas de Influenza Sazonal anteriores 2006-2007, 2007-2008, 2008-2009 - esta última encerrada em 14 de abril em razão da emergência do novo vírus;

- A proporção de pacientes atendidos com síndrome gripal pelos hospitais sentinela dos EUA (U.S. Outpatient Influenza-like Illness Surveillance Network (ILINet)) é maior que o pico da primeira onda epidêmica de Influenza 2009 A (H1N1) e de que das últimas 3 temporadas de Influenza Sazonal 2006-2007, 2007-2008, 2008-2009.

 

4. VIGILÂNCIA EM CAMPINAS

A situação relatada acima reforça a importância de uma vigilância adequada para identificar o início de uma segunda onda epidêmica em Campinas. Além dos casos de Doença Respiratória Aguda Grave (DRAG) notificados pelos hospitais, a Vigilância em Saúde de Campinas está ampliando a vigilância sobre a influenza. O Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Mário Gatti (hospital sentinela) notifica semanalmente a ocorrência de casos de síndrome gripal. A Vigilância em Saúde (COVISA) está monitorando estas ocorrências, bem como a quantidade prescrita de Oseltamivir nos postos de distribuição. Está em construção uma parceria com hospitais privados e públicos para ampliar a rede de monitoramento de síndrome gripal.

Os profissionais de saúde devem manter os cuidados com os pacientes para evitar óbitos pela Influenza:

- Afastamento social (trabalho, escola e outros) de pacientes com síndrome gripal por 7 dias*;

- Atendimento aos pacientes com síndrome gripal com avaliação adequada dos sinais de agravamento para internação, notificação, coleta de material para diagnóstico e introdução da medicação específica (oseltamivir);

- Verificação dos fatores de risco para introdução precoce do Oseltamivir;

- Notificação e controle adequado dos surtos.

 

*se operacionalmente inviável para alguns adultos, afastar pelo menos durante o período sintomático ou 24 horas após o final da febre

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