Campinas inaugura serviços e amplia recursos para a Saúde

23/10/2009

Autor: Denize Assis

Uma equipe multidisciplinar da Secretaria Municipal da Saúde agiu nesta quinta-feira, 22 de outubro de 2009, para remoção de resíduos – recicláveis e orgânicos - em um endereço do Jardim Nova América, região do Distrito de Saúde Sul. A ação foi desencadeada após intervenção dos próprios moradores do bairro que acionaram o poder público devido ao acúmulo de materiais em uma residência.

Uma série de medidas para a melhoria da atenção à saúde da população de Campinas foi anunciada nesta sexta-feira, dia 23 de outubro, pelo Ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Junto com o prefeito de Campinas, dr. Hélio de Oliveira Santos, e o secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, o ministro inaugurou, nas primeiras horas da manhã, uma nova unidade da Farmácia Popular – a segunda de Campinas -, no Guanabara, região Norte da cidade.

Em seguida, no Complexo Hospitalar Ouro Verde, região sudoeste, Temporão assinou portaria que libera R$ 16 milhões de repasse para o Complexo Hospitalar, o que possibilita que a unidade passe a funcionar com 80% de sua capacidade. Também inaugurou o Centro Cirúrgico do hospital, a Unidade de Referência de Saúde do Homem e apresentou a Política Municipal de Saúde do Homem. Além disso, entregou oficialmente quatro motolâncias para o Samu/192.

“Este é um dia muito importante, interessante para mim como ministro. Nesta oportunidade inauguro mais uma unidade da Farmácia Popular em Campinas, ampliando assim o acesso da população a medicamentos essenciais e de baixo custo. Também anuncio oficialmente a incorporação das motolâncias ao Samu, um serviço extremamente bem avaliado pela população e que salva centenas de vidas. Além disso, estou neste belíssimo hospital – do ponto de vista de instalações e conforto, em conformidade com a Política de Humanização – para viabilizar novos serviços”, disse o ministro Temporão.

O ministro ressaltou que o Complexo Hospitalar Ouro Verde é um dos melhores hospitais do País.

Atualmente, o repasse de verba de custeio do Ministério da Saúde para Complexo Ouro Verde é de R$ 1,3 milhão mensais. Outros R$ 1,2 milhão por mês são repassados pelo município. Com o anúncio feito nesta sexta-feira, a verba de custeio do Governo Federal será ampliada já a partir de novembro em R$ 1,4 milhão, o que vai totalizar R$ 2,5 milhões.

O secretário de Saúde, José Francisco Saraiva, também ressaltou a ocasião “particularmente importante”, quando de uma vez só foi possível inaugurar serviços que ampliam a assistência farmacêutica e a atenção hospitalar, qualificam a atenção à Saúde do Homem e a área de Urgência de Emergência.

“Ainda temos muitos desafios. Mas, sem dúvida, com estes serviços o Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas avança muito. Trata-se da concretização de um sonho. Agradeço às equipes de saúde que, com empenho, esforço e trabalho, possibilitaram estes serviços, agradeço aos conselheiros de saúde locais e distritais, à Unifesp, que administra o hospital, e a todos os parceiros”, afirmou José Francisco Saraiva.

Para o prefeito dr. Hélio, os novos serviços e recursos para o município são fruto também de um trabalho integrado entre os governos municipal e Federal. “Estamos alinhados com o Governo Federal e contamos com um ministro que tem a capacidade e ousadia de enfrentar grandes questões, propor soluções e resolver problemas. Agora temos o desafio e a obrigação de prestar uma saúde de qualidade, com equipamentos, com técnica, com tática, com profissionais capacitados”, disse.

A Farmácia Popular

A segunda unidade da Farmácia Popular de Campinas, na rua Clóvis Bevilaqua, 535, Guanabara, região norte da cidade tem capacidade para atender aproximadamente 40 mil pessoas. Na nova instalação, foram investidos R$ 108.860 para adaptação do espaço físico, além de móveis e equipamentos cedidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde. O município também vai receber um incentivo mensal de R$ 10 mil para a manutenção da unidade.

O estabelecimento está equipado com aparelho de televisão e vídeo/DVD para a exibição de campanhas do Ministério da Saúde. A unidade tem estrutura adaptada à realidade municipal, além de farmacêuticos e funcionários qualificados para orientar o usuário sobre os cuidados com a saúde e o uso correto dos medicamentos. São nove funcionários fixos.

A farmácia irá funcionar de 2ª às 6ª feira, das 8h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h. É aberta a todos cidadãos que podem adquirir os remédios somente com apresentação de receita médica a preços até 90% menores do que os praticados no mercado. São oferecidos 107 tipos diferentes de medicamentos para as doenças mais comuns entre a população brasileira.

Ao todo, o Brasil conta com outras 523 farmácias populares, incluindo a que foi inaugurada hoje. Somente no Estado de São Paulo, são 84. Mais de 400 municípios são atendidos pelo programa - que beneficia cerca de 88 milhões de pessoas. A meta do Ministério da Saúde é implantar mais 106 unidades até 2011.

O Centro Cirúrgico

O Centro Cirúrgico do Complexo Hospitalar Ouro Verde conta com dez salas cirúrgicas, sendo oito eletivas e duas de urgência e tem capacidade para realizar 1,2 mil cirurgias por mês - nesta sexta-feira de manhã, no início das atividades, foram realizadas três cirurgias.

A unidade tem estrutura para realizar cirurgias todos os tipos incluindo geral e de urologia, vasectomia, dermatologia, plástica e varizes, ortopedia, otorrinolaringologia e oftalmologia.

O novo Centro amplia o atendimento e facilita o acesso da população, qualificando o sistema público municipal de Saúde como um todo, já que a unidade vai funcionar integrada ao sistema de hospitais públicos de Campinas – Mário Gatti, da Prefeitura, Celso Pierro, da Puc-Campinas, e Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp.

Localizado na região sudoeste de Campinas, o Complexo Hospitalar Ouro Verde foi inaugurado em 10 de junho de 2008. É o segundo hospital público de Campinas. A cidade já conta com o Hospital Municipal Mário Gatti. A administração da unidade é da Unifesp.

As Motolâncias

As quatro motolâncias entregues nesta sexta-feira são equipadas com desfibrilador, oxigênio portátil, material de imobilização e mochila de suporte básico. Tais motocicletas têm a capacidade de driblar o trânsito das grandes cidades e chegar, em média, de três a oito minutos antes da ambulância, o que trará uma redução significativa no impacto das lesões. A ambulância complementa o atendimento com o médico, assim que chega ao local e remove a vítima, caso seja necessário.

Campinas é o primeiro município do interior de São Paulo a contar com a novidade. No restante do País, esta alternativa está disponível para as Capitais e grandes cidades.

A exemplo do que pratica em relação às ambulâncias, o Ministério da Saúde repassará 50% do valor de custeio de cada unidade, o que corresponde a R$ 7 mil por unidade/mês.

As motocicletas já são usadas por vários países, como França e Alemanha, que desenvolvem esse sistema de atendimento de emergência há mais tempo.

A Saúde do Homem

A Política Municipal de Atenção Integral à Saúde do Homem atende à indicação de Campinas como município piloto para implantação da Política Nacional de Atenção Integral da saúde do Homem, do Ministério da Saúde, e é uma resposta à observação de que os agravos do sexo masculino são um problema de saúde pública. Inicialmente, 26 municípios brasileiros vão implementar a nova política.

Este plano ainda será discutido com os diversos segmentos da comunidade, distritos de saúde, conselhos locais e com o Conselho Municipal de Saúde, além da aprovação na CIB (Comissão Intergestora Bipartite).

Um dos objetivos é justamente aumentar o acesso e a adesão dos homens com idade entre 20 e 59 anos à rede do Sistema Único de Saúde desde a atenção primária, até a especializada e hospitalar. Em especial, visa promover a saúde e prevenir agravos.

A população masculina nesta faixa etária é a maior no País, com 42,1 milhão de pessoas. Isto representa 22% do total de brasileiros e 45,2% do total de homens no País. Em Campinas, esta faixa etária representa 57% (297 mil) da população masculina do município constituída por cerca de 525 mil homens.

A política tem um plano dividido em eixos de ação a serem executados até 2011, entre eles os de comunicação, promoção à saúde, expansão dos serviços, qualificação de profissionais e investimento na estrutura da rede pública.

Em Campinas, entre os investimentos na estrutura, estão previstas unidades de referência para as cinco regiões de abrangência da cidade, sendo a primeira a do Complexo Ouro Verde, inaugurada nesta sexta-feira.

As Unidades de Referência de Saúde do Homem consistem em serviços mais estruturados, como outras referências, para atender a população masculina principalmente em relação aos problemas digestivos, cardiovasculares e urológicos, sendo que, no caso do Complexo Ouro Verde, a unidade terá retaguarda dos hospitais Mário Gatti, Celso Pierro e HC da Unicamp para atender casos de maior complexidade.

É importante ressaltar que a porta de entrada para a assistência continua sendo o Centro de Saúde, seguindo o conceito das estratégias da Saúde da Família.

Em Campinas, a cada três mortes de pessoas adultas, duas são de homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres no município. Os homens bebem mais, fumam mais e estão mais expostos aos riscos de inatividade física, consumo de gorduras e excesso de peso do que as mulheres.

A taxa de mortalidade masculina por homicídios é cerca de 12 vezes maior do que a feminina, chegando a 15 vezes entre 20 e 29 anos. As principais causas de morte entre homens de 15 a 59 anos são violência e acidentes de trânsito, doenças do aparelho circulatório, tumores, doenças do aparelho digestivo e do aparelho respiratório, segundo o Sistema de Informação sobre Mortalidade.

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