83 Nota para a imprensa sobre a Influenza A

21/10/2009

Campinas, 21 de outubro de 2009, às 17h30

Secretaria de Saúde de Campinas

Nota à imprensa

Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)

1. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DEVEM SER MANTIDAS

• A Secretaria Municipal de Saúde reforça nesta quarta-feira, 21 de outubro, que, embora tenha sido verificada redução no número de casos confirmados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em Campinas, ou simplesmente casos graves, causados pela Influenza A (H1N1), a transmissão do novo vírus A (H1N1) e os casos graves provocados por ele continuam a ocorrer e esta situação deve se manter até a próxima onda pandêmica no Hemisfério Sul, no ano que vem. Portanto, é necessário que as equipes de saúde continuem atentas e que os cuidados em relação às medidas de prevenção sejam mantidos. A Vigilância em Saúde lembra, ainda, que o protocolo que indica tratamento para casos graves, e mesmo para os que não exijam internação, mas que possuem fator de risco, deve ser seguido.

 

2. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

• A Secretaria de Saúde informa ainda o registro de 1 NOVO ÓBITO de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em morador de Campinas. Trata-se de um homem na faixa etária de 10 a 14 anos que possuía fator de risco (comorbidade). Ele recebeu assistência médica em um hospital da rede pública municipal no dia 4 de outubro e permaneceu internado até dia 17 de outubro, quando morreu. O caso foi confirmado como H1N1 dia 15.  A notificação à Vigilância em Saúde foi feita nesta quarta-feira.

• Com o número de casos acumulados da doença, a Secretaria de Saúde de Campinas registra nesta data 199 CASOS CONFIRMADOS LABORATORIALMENTE de Influenza A H1N1 no município. Entre estes casos, estão confirmadas 16 MORTES – já incluído o óbito acima -, sendo nove mulheres e sete homens. Do total de casos – dos 199 -, 16 referiam-se a gestantes, sendo que uma delas evoluiu para óbito. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.

• A Secretaria de Saúde comunica também que, até o momento, estão confirmados 7 surtos pela doença no município. Nesses surtos, 49 pacientes foram atingidos, com média de 7 casos por surto. O período máximo de duração das ocorrências – diferença entre o início de sintomas do primeiro e do último caso – foi de 8 dias. Quatro surtos foram em estabelecimento de saúde, 2 em instituições de ensino e 1 em centro de pesquisa. Todos foram controlados com sucesso por meio de medidas de afastamento social.

• Do total de casos, a faixa etária mais acometida continua sendo a de 20 anos a 49 anos, com 63,3% das ocorrências. Na faixa etária de 15 a 19 anos, estão confirmados 26 casos. Entre 50 e 59, 14. Também há 10 casos em menores de 1 ano. Quanto ao sexo, as mulheres representam a maioria, com 117 casos ou 58,7% dos registros.

 

3. PROVIDÊNCIAS EM CAMPINAS
• Capacitação das redes de saúde pública e privada;

• Reuniões com setores hoteleiro, de turismo, comercial, de educação e com a RMC;

• Reunião com secretariado e autarquias municipais;

• Reunião com o Conselho Municipal de Saúde;

• Elaboração do plano de contingência e protocolo de atendimento;

• Incremento do plantão de vigilância;

• Reorganização da rede de assistência;

• Adiamento do início das aulas para todas as escolas públicas até dia 17 de agosto, suspensão das aulas na educação infantil até esta mesma data e recomendação da prorrogação das férias também para a rede privada inclusive universidades e faculdades;

• Adequação da logística de recursos materiais e humanos;

• Incremento constante das ações de comunicação, informação e mobilização social, tendo sido firmadas recentemente parcerias com a Emdec, para campanha na Rodoviária e entre motoristas e cobradores, e com a Unimed Campinas, para campanha entre profissionais de saúde cooperados e para a população em geral;

• Divulgação de orientação técnica para que gestantes trabalhadoras que atuem em contato direto com o público, particularmente na área da saúde, fossem deslocadas para novas atribuições ou afastadas de suas atividades, de acordo com as especificidades de cada local ou, na impossibilidade de transferência, que as instituições estudassem alternativas legais de afastamento temporário destas mulheres. Esta orientação se mantém;

• Criação do Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1), constituído por pessoas que representam outros setores da saúde no município, das áreas científica e de assistência, para somar forças com a Administração Municipal nas decisões, medidas de controle e de assistência aos pacientes. Este comitê reúne-se novamente nesta quarta-feira, dia 14 de outubro. Esta é a quarta reunião do grupo;

• Ampliação do acesso à medicação a partir de 15 de agosto, data em que os pacientes moradores de Campinas com síndrome gripal e com fator de risco para complicações passaram a ser encaminhados para a retirada do medicamento no Hospital Municipal Mário Gatti – no Acolhimento do Pronto-Socorro –, na avenida Faria Lima, das 7h às 23h, e no Complexo Hospitalar Ouro Verde - na farmácia externa do Pronto-Socorro, na avenida Ruy Rodrigues, 3034, com atendimento 24 horas.

• Na volta às aulas, a Prefeitura intensificou as ações de educação em saúde, informação e mobilização social com a distribuição de 300 mil folhetos entre alunos, pais e professores com orientação sobre a nova gripe, sintomas, orientações sobre crianças com sinais – que não devem freqüentar a escola e precisam de atendimento médico – e sobre afastamento para os alunos com síndrome gripal – que devem permanecer em casa por sete dias após início de sintomas;

• Divulgação de boletins epidemiológicos;

• Em meados de outubro, o Comitê de Influenza decidiu pelo monitoramento dos casos de síndrome gripal - febre acompanhada de tosse ou dor de garganta - em hospitais-sentinela do sistema público e privado de Saúde da cidade. O objetivo é agregar mais um indicador à vigilância da Influenza, além das Doenças Respiratórias Agudas Graves (DRAGs), para identificar o perfil de gravidade e a evolução da nova gripe no município. O estudo visa contribuir, também, para detecção precoce de uma segunda onda epidêmica na cidade.

 

4. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA REGIÃO:

• No mundo, segundo a OMS, pelo menos 343 mil pessoas já foram infectadas pelo Influenza A (H1N1). Pelo menos 4.504 morreram por causa da doença. No Brasil, foram confirmados 1.368 óbitos por Influenza A, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 19 de outubro. No Estado de São Paulo, foram 432 ÓBITOS. No comparativo com os 15 países com maior número absoluto de mortes, o Brasil tem a 7ª taxa de mortalidade, que representa o número de casos em cada 100 mil habitantes.

 

5. SITUAÇÃO NO MUNDO
• Com a proximidade do inverno nas regiões temperadas do hemisfério Norte, observa-se, nas últimas três semanas epidemiológicas, aumento nas taxas de transmissão de doença respiratória na América do Norte, Europa Ocidental e Norte da Ásia.
• No link abaixo, observa-se o mapa de tendência de doenças respiratórias no mundo, com dados até 4 de outubro. A tendência é de crescimento em diversos países do Hemisfério Norte, incluindo Estados Unidos, México, Canadá, Reino Unido e Espanha; e de queda em alguns países do Hemisfério Sul, incluindo o Brasil. 

http://gamapserver.who.int/h1n1/trend-resp-diseases/h1n1_trend-resp-diseases.html 
• Com relação à resistência ao antiviral fosfato de oseltamivir, até 4 de outubro, foi informada à OMS a ocorrência de 31 casos – nenhum no Brasil, até o momento.
• Outras informações estão disponíveis, em inglês, no site http://www.who.int/csr/don/2009_10_16/en/index.html 

 

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