82 Nota para a imprensa sobre a Influenza A

13/10/2009

Campinas, 13 de outubro de 2009, às 17h

Secretaria de Saúde de Campinas

Nota à imprensa

Ocorrências de casos humanos de Influenza A (H1N1)

1. SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA NOVA INFLUENZA EM CAMPINAS

• A Secretaria Municipal de Saúde informa nesta terça-feira, 13 de outubro, que até o momento foram confirmados, por exames laboratoriais, 196 CASOS de Influenza A H1N1 no município. Entre estas ocorrências, foram registradas 15 MORTES, sendo nove mulheres e seis homens. Do total de casos – dos 196 -, 16 referiam-se a gestantes, sendo que uma delas evoluiu para óbito. Tratava-se de uma grávida de gêmeos. Os bebês sobreviveram.

• A Secretaria de Saúde comunica também que, até o momento, estão confirmados 7 surtos pela doença no município. Nesses surtos, 49 pacientes foram atingidos, com média de 7 casos por surto. O período máximo de duração das ocorrências – diferença entre o início de sintomas do primeiro e do último caso – foi de 8 dias. Quatro surtos foram em estabelecimento de saúde, 2 em instituições de ensino e 1 em centro de pesquisa. Todos foram controlados com sucesso por meio de medidas de afastamento social.

• Do total de casos, a faixa etária mais acometida continua sendo a de 20 anos a 49 anos, com 63,2% das ocorrências. Na faixa etária de 15 a 19 anos, estão confirmados 25 casos. Entre 50 e 59, 14. Também há 10 casos em menores de 1 ano. Quanto ao sexo, as mulheres representam a maioria, com 115 casos ou 58,6% dos registros.

• De acordo o Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, de 15 de julho, baseado em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), não está indicada a identificação individual de cada caso de influenza pelo novo H1N1, mas a notificação, investigação, diagnóstico laboratorial e tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver formas graves, assim como identificação de novos focos da doença no país. Portanto, os casos confirmados em Campinas não representam a totalidade.

• Conforme último boletim da Vigilância em Saúde de Campinas, divulgado em 6 de outubro, as tendências temporais dos casos confirmados e suspeitos de influenza no município indicam que o período mais crítico foi o final de julho e início de agosto,

ocasião em que foi indicada suspensão das aulas de escolas, pré-escolas e berçários. Desde o início de agosto verifica-se tendência de declínio no número diário de casos, o que confirma a eficiência das medidas tomadas. A tendência na diminuição no número de casos se manteve no mês de setembro. Estes dados indicam que a primeira onda epidêmica já teve sua etapa mais aguda e que, neste momento, o município encontra-se em período inter-epidêmico, com manutenção de transmissão ativa. Este cenário deve se manter até a próxima onda epidêmica. É importante, segundo o boletim, ressaltar que as ondas epidêmicas dos subtipos Pandêmicos de vírus Influenza não respeitam a mesma sazonalidade da influenza sazonal. Ou seja, pode ser registrada nova onda epidêmica antes do período de outono-inverno de 2010. Os sistemas de vigilância do México já identificaram três ondas epidêmicas desde o início da transmissão deste novo subtipo

de influenza.

• Diante desta situação, é necessário que as equipes de saúde prossigam atentas e que os cuidados em relação às medidas de prevenção da nova gripe A sejam mantidos. A Vigilância em Saúde lembra, ainda, que o protocolo que indica tratamento para casos graves, e mesmo para os que não exijam internação, mas que possuem fator de risco, deve ser seguido.

 

2. PROVIDÊNCIAS
• Capacitação das redes de saúde pública e privada;

• Reuniões com setores hoteleiro, de turismo, comercial, de educação e com a RMC;

• Reunião com secretariado e autarquias municipais;

• Reunião com o Conselho Municipal de Saúde;

• Elaboração do plano de contingência e protocolo de atendimento;

• Incremento do plantão de vigilância;

• Reorganização da rede de assistência;

• Adiamento do início das aulas para todas as escolas públicas até dia 17 de agosto, suspensão das aulas na educação infantil até esta mesma data e recomendação da prorrogação das férias também para a rede privada inclusive universidades e faculdades;

• Adequação da logística de recursos materiais e humanos;

• Incremento constante das ações de comunicação, informação e mobilização social, tendo sido firmadas recentemente parcerias com a Emdec, para campanha na Rodoviária e entre motoristas e cobradores, e com a Unimed Campinas, para campanha entre profissionais de saúde cooperados e para a população em geral;

• Divulgação de orientação técnica para que gestantes trabalhadoras que atuem em contato direto com o público, particularmente na área da saúde, fossem deslocadas para novas atribuições ou afastadas de suas atividades, de acordo com as especificidades de cada local ou, na impossibilidade de transferência, que as instituições estudassem alternativas legais de afastamento temporário destas mulheres. Esta orientação se mantém;

• Criação do Comitê Assessor Municipal da Influenza A (H1N1), constituído por pessoas que representam outros setores da saúde no município, das áreas científica e de assistência, para somar forças com a Administração Municipal nas decisões, medidas de controle e de assistência aos pacientes. Este comitê reúne-se novamente nesta quarta-feira, dia 14 de outubro. Esta é a quarta reunião do grupo;

• Ampliação do acesso à medicação a partir de 15 de agosto, data em que os pacientes moradores de Campinas com síndrome gripal e com fator de risco para complicações passaram a ser encaminhados para a retirada do medicamento no Hospital Municipal Mário Gatti – no Acolhimento do Pronto-Socorro –, na avenida Faria Lima, das 7h às 23h, e no Complexo Hospitalar Ouro Verde - na farmácia externa do Pronto-Socorro, na avenida Ruy Rodrigues, 3034, com atendimento 24 horas.

• Na volta às aulas, a Prefeitura intensificou as ações de educação em saúde, informação e mobilização social com a distribuição de 300 mil folhetos entre alunos, pais e professores com orientação sobre a nova gripe, sintomas, orientações sobre crianças com sinais – que não devem freqüentar a escola e precisam de atendimento médico – e sobre afastamento para os alunos com síndrome gripal – que devem permanecer em casa por sete dias após início de sintomas;

• Divulgação de boletins epidemiológicos.

 

3. ÓBITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO E NA REGIÃO:

• No mundo, segundo a OMS, pelo menos 209.438 pessoas já foram infectadas pelo Influenza A (H1N1). Pelo menos 2.185 morreram por causa da doença. No Brasil, foram confirmados 899 óbitos por Influenza A, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 16 de setembro. No Estado de São Paulo, foram 349 ÓBITOS. No comparativo com os 15 países com maior número absoluto de mortes, o Brasil tem a 5ª taxa de mortalidade, que representa o número de casos em cada 100 mil habitantes.

 

4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO DEVEM SER MANTIDAS

A Vigilância em Saúde de Campinas reforça as medidas de prevenção e proteção individual que neste momento são importantes de serem mantidas:

• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.

• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.

• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.

• Pessoas com qualquer gripe não devem freqüentar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas;

• Procure o seu médico ou a unidade de saúde em caso de gripe para diagnóstico e tratamento adequados;

• Não usar medicamentos sem orientação médica. A automedicação pode ser prejudicial à saúde.

Para mais informações, disque 156 ou 160 ou acesse www.campinas.sp.gov.br/saude

 

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