Saúde expande práticas Integrativas com Su Jok

06/10/2009

Autor: Denize Assis

Para ampliar as opções terapêuticas da medicina integrativa aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Campinas, a Secretaria Municipal de Saúde iniciou nesta segunda-feira, dia 5 de outubro, a introdução de mais uma técnica de acupuntura – a Su Jok (mão e pé, em coreano).

A ampliação atende à Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) do Ministério da Saúde, que estabelece as diretrizes para a implementação dessas terapias na rede pública de Saúde.

Ontem, no Salão Vermelho do Paço Municipal, na primeira sessão de capacitação dos médicos, compareceram 40 profissionais. A segunda etapa será dia 19 de outubro, também no Salão Vermelho. Todos os médicos da rede podem participar, mesmo aqueles que não compareceram neste primeiro dia. Não é necessário se inscrever antes.

Após este primeiro treinamento, quem se interessar, pode continuar o aprofundamento da técnica, que será oferecido no ambulatório de microssistemas no Centro de Referência em Reabilitação, em Sousas (na rua Atílio Miato, 210). A capacitação é gratuita.

Sobre a Su Jok. Segundo o médico acupunturista William Hyppólito Ferreira, Coordenador Municipal da Saúde Integrativa, a técnica consiste na aplicação de agulhas de acupuntura nas mãos e nos pés e tem imediato efeito analgésico podendo ser utilizada para tratamento de várias doenças. Pode ser utilizada tanto a partir dos conhecimentos da medicina tradicional chinesa, quanto da medicina ocidental.

“É mais um recurso terapêutico para alívio da dor que estará à disposição dos médicos das unidades básicas enquanto realizam suas hipóteses diagnósticas e instituem tratamento. Pode ser utilizada para pacientes de todas as idades, inclusive crianças e idosos, diz William.

Ampliação. Segundo o coordenador, a Secretaria de Saúde de Campinas tem investido cada vez mais para ampliar o acesso da população às práticas terapêuticas da Saúde Integrativa - como acupuntura, homeopatia, fitoterapia, lian gong, meditação, osteopatia, entre outras –, conforme recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Entre os principais investimentos, nos últimos quatro anos, a Secretaria de Saúde passou a disponibilizar, no Centro de Referência em Reabilitação e em outras unidades de saúde, a técnica de Yamamoto, que consiste na aplicação agulhas de acupuntura na testa e lateral da cabeça com a finalidade de proporcionar alívio imediato da dor.

Também passou a oferecer meditação Ch’an tao (lê-se tisan tao), que contribui no tratamento de problemas como ansiedade, estresse, obesidade, hipertensão entre outros. Além disso, formou mais de 100 profissionais para trabalhar com pessoas da terceira idade oferecendo a meditação e Chikung (exercícios de energia para a terceira idade).

Outra prática oferecida na rede é o Tai Chi Chuan (também uma modalidade de Chikung do arsenal terapêutico da Medicina Tradicional Chinesa).

Dentro do Programa Corpo em Movimento, ainda são oferecidas, na maioria das unidades de saúde, aulas de ginástica chinesa Lian Gong (Lê-se liam cum), Atualização Terapêutica, Consciência Corporal, Yoga e Movimento Vital Expressivo.

Mais recentemente, a Secretaria de Saúde de Campinas, em parceria com a Secretaria de Esportes, instituiu o ‘Caminhar para a Saúde’. Trata-se de um programa que promove atividades físicas regulares, principalmente caminhadas, em todos os centros de saúde da rede pública municipal.

Redução. Segundo William, um dos resultados mais expressivos dos benefícios destas técnicas na rede de saúde pública de Campinas foi a redução do consumo do antiinflamatório Diclofenaco Sódico. Em 2003, eram dispensados 534.336 unidades destes comprimidos na rede. Em 2004, este volume chegou a 601.856 e, em 2005, a 644.366. A projeção era que e 2006, o consumo ultrapassasse 700 mil.

Porém, nos primeiros oito meses de 2006, a média mensal de consumo caiu para 570 mil, uma redução de 74.336, 12,5% menos, sendo que a única variável neste sentido foi a introdução da técnica de Yamamoto.

“Portanto, os resultados da ampliação do acesso a estas possibilidades – que na maioria dos municípios brasileiros, está restrito a consultórios e clínicas particulares – estão aí e apontam o grande benefício para os usuários do SUS Campinas”, diz William.

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