Resultado parcial indica 57.364 crianças vacinadas contra a pólio em Campinas

20/08/2010

Autor: Denize Assis

O resultado preliminar da segunda fase da Campanha Nacional contra Poliomielite mostra que, até as15h da quinta-feira, 19 de agosto, as Vigilâncias em Saúde municipais haviam informado à Secretaria de Saúde a vacinação de 57.364 crianças menores de cinco anos em Campinas. Este número é parcial e corresponde a 80% do público-alvo. A meta é atingir 95%, ou 68 mil. Outro balanço preliminar será divulgado na próxima quinta-feira, 26 de agosto. A vacinação será encerrada no dia 2 de setembro.

Portanto, pais ou responsáveis que, por algum motivo, ainda não vacinaram suas crianças devem levá-las ao Centro de Saúde (CS) mais próximo, porque a dose contra a pólio continua disponível. Na oportunidade, também é possível atualizar a carteira de vacinação. Em Campinas, são 63 CSs espalhados por todas as regiões do município. Para saber o horário de funcionamento de cada um, basta ligar para o 156 ou para o Disque Saúde, pelo 160.

O secretário municipal de Saúde, José Francisco Kerr Saraiva, afirma que a vacinação de todas as crianças, ao mesmo tempo e em todas as localidades, é uma das mais fundamentais ações para a manutenção da erradicação da paralisia infantil no País.

No Brasil, a utilização da vacina oral durante as campanhas é recomendada pelo Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Pediatria e Sociedade Brasileira de Imunização e se constitui em ação complementar para a vacinação de rotina.

Sobre a vacina.

Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral, em gotas, e está disponível durante todo o ano nos centros de saúde para a imunização de rotina. Pelo calendário básico de vacinação, os bebês devem receber a vacina aos dois, quatro e seis meses. Aos 15 meses, as crianças recebem o primeiro reforço.

Porém, é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.

Brasil sem pólio.

A estratégia adotada pelo Brasil, de realizar campanhas nacionais anuais, divididas em duas etapas, com intervalo de dois meses entre as doses, contribuiu para que o país eliminasse o vírus da poliomielite. Desde 1989, não são registrados casos da doença em território nacional. Em Campinas, o último caso foi em 1981. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a certificação internacional de erradicação da transmissão da poliomielite.

Segundo a enfermeira sanitarista Bigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, apesar do Brasil não registrar casos há mais de vinte anos, a doença ainda é comum em outras partes do mundo. Alguns destes países têm relações comerciais ou registram um fluxo migratório com o Brasil, como é o caso de algumas nações africanas e asiáticas. “Por isso, a vacinação continua sendo muito importante, pois reduz o risco de reintrodução do vírus”, diz.

De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos de poliomielite. Desses quatro são endêmicos, ou seja, possuem transmissão constante: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão. Outros 22 países têm registro de casos importados: Tajiquistão, Angola, Chade, Sudão, Uganda, Quênia, Benin, Togo, Burkina Faso, Níger, Mali, Libéria, Serra Leoa, Mauritânia, Senegal, República Centro Africana, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Nepal, Guiné, Camarões e Burundi.

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a contaminação se dá principalmente por via oral.

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