PAM aponta rumos para o Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids

20/08/2010

Autor: Denize Assis

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio do Programa Municipal de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids (DST/Aids), iniciou nesta quinta-feira, 19 de agosto, no Hotel Nacional In, importante debate com a sociedade para fazer um balanço do período de 2009/2010 e elaborar metas e ações a serem desenvolvidas no próximo período para o enfrentamento da epidemia de Aids no município.

É o PAM, Plano de Ações e Metas, que começou hoje e inclui mais seis dias de discussões entre os diversos setores da Saúde e da sociedade, como Organizações Governamentais e Não Governamentais, movimentos sociais, Conselho Municipal de Saúde e outros.

“Trata-se de um importante instrumento de planejamento que inclui todos os parceiros e diversos segmentos sociais para pactuar metas para o setor nas áreas de assistência, prevenção, promoção à saúde e gestão. O PAM também aponta os recursos destinados a cada meta e, quando finalizado, necessita ser validado pelo Conselho Municipal de Saúde”, diz a médica infectologista Cláudia Barros Bernardi, coordenadora municipal do Programa de DST/Aids.

Segundo Cláudia, o PAM direciona o trabalho. Para isto, no primeiro dia é feita uma explanação sobre os dados epidemiológicos do município, que constituem-se na base para pensar a forma de atuar. “Todas as metas são elaboradas na ótica da diminuição das vulnerabilidades por meio dos direitos humanos, do exercício da cidadania e da construção de redes ou intersetorialidade”, afirma Cláudia.

O PAM terá mais seis dias de trabalho, sendo dois na semana que vem, nos dias 23 e 24 de agosto, dois na semana subseqüente, nos dias 1 e 2 de setembro, e termina nos dias 13 e 14 de setembro. A intenção da comissão organizadora é que as discussões tenham ampla participação e que a plenária tenha votações representativas. Por isso, a mobilização de todos é fundamental.

Segundo Cláudia, a epidemia de Aids está controlada, estabilizada em Campinas. Nos últimos anos a média de casos novos por ano no município tem sido de 230, o que é um grande avanço quando comparado aos anos 90, período em que chegaram a ser registrado mais de 400 casos num ano.

O desafio neste momento, de acordo com a coordenadora, é atingir as populações vulneráveis que são os usuários de droga, população em exclusão social, homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo e mulheres em geral.

“A estabilização da epidemia, no entanto, não nos dá conforto. Ao contrário, aponta que devemos nos movimentar em busca da redução de casos. Para isto estamos aqui para, junto com todos os segmentos da sociedade com o objetivo de superar os diferentes contextos de vulnerabilidade, discutir metas para o enfrentamento da epidemia nas áreas de prevenção, assistência, vigilância e gestão”, afirma Cláudia.

Segundo a coordenadora, o programa desenvolve ações em várias frentes como os trabalhos diretos com segmentos específicos, cada qual com uma linguagem diferente de acordo com o público, com disponibilização de preservativos tanto nos centros de saúde como em outros locais.

“Para cada população, há um trabalho específico, tendo o preservativo sempre como carro-chefe porque previne cada pessoa 99,8% da infecção do HIV. Trata-se de uma tecnologia disponível, fácil de usar, de amplo acesso”, diz.

Desde 1982 até 2010, Campinas notificou 5.859 casos de Aids. Atualmente, há 2 mil pessoas com a doença em acompanhamento no Centro de referência em DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde. Além do CR, pessoas com Aids em Campinas são acompanhadas pelos serviços específicos da Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Universidade Estadual de Campinas, além do Centro Corsini. A taxa de mortalidade no município fica em torno de 6,1 casos por 100 mil habitantes.

O PAM ocorre em Campinas desde 2003 e consolidou-se como uma ferramenta essencial na construção de políticas públicas sustentáveis para o enfrentamento da epidemia de Aids.

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