Autor: Marco Aurélio Capitão
Acontece neste sábado, 14 de agosto, a segunda etapa da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite. A Secretaria de Saúde de Campinas pretende vacinar 68 mil crianças menores de cinco anos moradoras do município, população que corresponde a 95% das 71.668 pessoas nesta faixa etária em Campinas.
Nesta segunda fase a Secretaria de Saúde vai mobilizar cerca de 1.400 servidores em 314 postos de vacinação, 191 fixos e 123 volantes, espalhados por todas as regiões da cidade das 8h às 17h. Na segunda fase, em agosto do ano passado, foram vacinadas 62.801 pessoas, o que corresponde a 88,45% da população na faixa etária alvo.
Para garantir uma maior cobertura vacinal, nesta semana alguns centros de saúde já iniciaram a vacinação nas creches da cidade. O slogan da campanha é “Não vai esquecer a segunda dose. Hein?”.
Conforme explica a enfermeira sanitarista Maria Alice Satto, todas as crianças devem ser levadas para tomar a vacina, inclusive as que não aderiram à primeira fase e até as que já foram vacinadas várias vezes na rotina ou nas campanhas anuais. “É muito importante que todos participem dessa campanha, mesmo aquelas crianças que estão com a carteira de vacinação em dia. É só dar uma passadinha no posto de vacinação mais perto da sua casa”, reforça a enfermeira.
Ela lembra, no entanto, que enquanto houver circulação do vírus em qualquer região do mundo, a vacinação é necessária, uma vez que sempre existe o risco da importação de casos provenientes de países que ainda registram casos da doença, como Paquistão, Índia, Afeganistão e Nigéria.
Sem paralisia infantil.
Campinas não registra casos de paralisia infantil desde 1987. No Estado de São Paulo, a última ocorrência foi em 1988. No Brasil o último caso da doença foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) o certificado de eliminação da poliomielite. Números da OMS revelam que no mundo, em 2009, foram notificados 1.604 casos e em 2010, até agora, 576 casos de paralisia infantil.
Sobre a vacina.
Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral e está disponível durante todo o ano nos postos de saúde para as vacinações de rotina. No entanto, é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas anteriormente.
As campanhas são importantes porque atingem uma grande população constituindo-se numa espécie de barreira do vírus da poliomielite.
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a contaminação se dá principalmente por via oral.
A transmissão pode ser direta, de pessoa para pessoa, por meio de secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas, ou de forma indireta através de objetos, alimentos, água etc., contaminados com fezes de doentes ou portadores do vírus.
