Campinas, 6 de agosto de 2009, às 16h
Nota à imprensa
Ocorrências de casos humanos de
Influenza A (H1N1)
1. CASOS EM CAMPINAS
1.1- A Secretaria Municipal de Saúde informa
nesta quinta-feira, 6 de agosto, que foi
confirmado
1 NOVO ÓBITO
de infecção pelo vírus Influenza A (H1N1) em
morador de Campinas. Trata-se de um homem de
35 anos, que morreu dia 20 de julho. Ele
apresentava doenças anteriores (comorbidade).
O caso dele foi confirmado por critério
clínico-epidemiológico, ou seja: pela
história de contato com outras pessoas que
adoeceram e foram confirmadas como Influenza
A (H1N1).
1.2- Também foi confirmado mais
1 SURTO
– o terceiro no município - com seis casos.
Os pacientes deste surto já se recuperaram e
inclusive já foram liberados para retomar
suas atividades normais.
1.3- Com os novos casos, a Secretaria de
Saúde registra um total de
114 CASOS CONFIRMADOS
da doença, entre os quais oito óbitos (o
óbito de hoje do homem de 35 anos ocorrido
dia 20 de julho; mulher de 32 anos que
morreu dia 30 de julho; uma mulher de 63
anos que morreu dia 29 de julho;
uma mulher de 37 anos que morreu dia 23 de
julho; uma mulher de 48 anos que morreu dia
27; uma mulher de 54 que faleceu dia 25 de
julho; uma mulher de 17 anos que morreu dia
31 de julho e havia dado à luz a gêmeos; e
uma mulher de 30 anos que morreu dia 2 de
agosto e que era moradora de outro estado).
1.4 – Também estão confirmados
3 SURTOS,
em creche e serviço de saúde.
1.5 - Vale destacar que o total de casos é o
resultado acumulado desde os primeiros
registros confirmados de infecção em
moradores de Campinas, no dia 19 de junho.
A quase totalidade desses pacientes já
recebeu alta ou está em processo de
recuperação.
1.6 - De acordo o Protocolo de
Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica
da Influenza, de 15 de julho, baseado em
recomendações da Organização Mundial da
Saúde (OMS), não está mais indicada a
identificação individual de cada caso de
influenza pelo novo H1N1, mas a notificação,
investigação, diagnóstico laboratorial e
tratamento dos casos com síndrome
respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos
de risco para desenvolver formas graves,
assim como identificação de novos focos da
doença no país.
Os grupos com maior risco para desenvolver
as formas graves da doença são os seguintes:
- Gestação;
- Idade menor que 2 e maior que 60 anos;
- Pessoas com doenças que debilitam o
sistema imunológico (defesas do organismo),
como câncer e aids; ou que tomam
regularmente medicamentos que debilitam o
sistema imunológico;
- Doenças crônicas preexistentes, como
problemas cardíacos (como arritmias),
pulmonares (exemplos: bronquite e asma),
renais (pessoas que fazem hemodiálise, por
exemplo) e sanguíneos (como anemia e
hemofilia); diabetes e obesidade mórbida.
1.7 – Dentro deste cenário, comunica que
investiga 5 ÓBITOS SUSPEITOS
de Doença Respiratória Aguda Grave (SRAG),
que serão investigados também para Influenza
A (H1N1). O último óbito suspeito foi
notificado na madrugada desta quinta-feira,
dia 6, e refere-se a uma mulher de 66 anos,
que morreu quarta-feira, dia 5 de agosto, em
um hospital da rede privada, com sintomas de
gripe. Ela era servidora pública e tem um
familiar confirmado para Influenza A (H1N1).
O caso dela ainda está em investigação para
que se confirme ou descarte H1N1.
Os outros óbitos suspeitos são 4 mulheres:
26 anos (comorbidade) falecida dia 1 de
agosto; 36 anos (sem comorbidade) falecida
dia 17 de julho; 32 anos (sem comorbidade)
falecida dia 17 de julho; 56 anos (sem
comorbidade) falecida dia 8 de julho.
1.8 - Cabe destacar que, de acordo com o
novo protocolo, o cálculo da taxa de
letalidade em relação ao total de casos de
influenza não é mais utilizado como
parâmetro para monitorar o comportamento da
doença, uma vez que os casos leves não são
mais notificados, exceto em surtos, segundo
recomendação da Organização Mundial de Saúde
(OMS).
2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS EM
CAMPINAS E PROVIDÊNCIAS
2.1 – Em Campinas, a análise epidemiológica
realizada até o momento indica que a faixa
etária mais acometida tanto pelo vírus H1N1
quanto pelo vírus da influenza sazonal é a
de 20 a 49 anos (79 casos, o que equivale a
69%). Do total de casos, 49 são em homens
(42%) e 65 em mulheres (57%).
2.2 - O monitoramento da circulação do novo
vírus no município está sendo feito pela
Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância
em Saúde e Vigilâncias Distritais com apoio
dos Núcleos de Vigilância dos hospitais, com
base no acompanhamento dos casos suspeitos e
confirmados.
2.4 – A Secretaria de Saúde informa que tem
monitorado casos graves junto aos hospitais
públicos e privados de Campinas e
disponibilizado suporte técnico e logístico
para toda rede pública e privada de saúde do
município – com disponibilização de
medicamento para casos em que há indicação
conforme Protocolo do Ministério da Saúde e
investigação laboratorial -, para que todos
os pacientes sejam tratados adequadamente.
Essas medidas têm o objetivo de realizar
diagnóstico precoce e proporcionar
tratamento ágil a todos que necessitem, no
sentido de reduzir a possibilidade de
óbitos.
3. - PROVIDÊNCIAS
já adotadas por Campinas: capacitação das
redes de saúde pública e privada; reuniões
com setores hoteleiro, de turismo,
comercial, de educação e com a RMC; reunião
com secretariado e autarquias municipais;
reunião com o Conselho Municipal de Saúde;
elaboração do plano de contingência e
protocolo de atendimento; incremento do
plantão de vigilância; reorganização da rede
de assistência; adiamento do início das
aulas para todas as escolas públicas até dia
17 de julho, suspensão das aulas na educação
infantil e recomendação da prorrogação das
férias também para a rede privada inclusive
universidades e faculdades. Também foi
adequada a logística de recursos materiais e
humanos; e estão sendo incrementadas
constantemente as ações de comunicação,
informação e mobilização social, tendo sido
firmadas recentemente parcerias com a Emdec,
para campanha na Rodoviária e entre
motoristas e cobradores, e com a Unimed
Campinas, para campanha entre profissionais
de saúde cooperados e para a população em
geral.
3.1 – A Prefeitura informa que o início das
aulas na rede pública municipal de educação
foi prorrogado para o dia 17 de agosto. A
medida inclui Centros Municipais de Educação
Infantil (Cemeis), creches municipais
conveniadas, pré-escola, ensino fundamental
e Educação de Jovens e Adultos. A decisão
atinge pelo menos 65 mil alunos em todo
município. A medida visa conter o avanço da
epidemia da nova gripe (Influenza A H1N1),
já que reduz a capacidade de disseminação do
vírus na comunidade, e preservar a saúde das
crianças, já que o comportamento social dos
pequenos facilita a transmissão entre eles.
4. CASOS NO BRASIL:
4.1- No Brasil,
entre 25 de abril e 1º de agosto,
foram informados pelas Secretarias Estaduais
e Municipais de Saúde 17.277
casos de pessoas com sintomas de algum tipo
de gripe.
Do total, 2.959 (17,1%) foram confirmados
como influenza A (H1N1).
4.2 - Das pessoas infectadas pelo novo
vírus, a grande maioria (71,5%) apresentou
sintomas leves, num total de 2.115 pessoas.
Os restantes 28,5% (844) apresentaram febre,
tosse e dificuldade respiratória, mesmo que
moderada — sintomas compatíveis com a
definição de síndrome respiratória aguda
grave (SRAG). Desse total, 55,6% foram de
mulheres.
4.3 - Dos 844 casos graves com o novo vírus
A (H1N1), 96 morreram (número de óbitos
registrados pelas Secretarias Estaduais de
Saúde junto ao Ministério da Saúde até o dia
1º de agosto). A taxa de pessoas que vão a
óbito em relação ao número de casos graves,
portanto, é de 11,4%.
Novos óbitos reportados depois desta data
serão registrados no próximo boletim
epidemiológico do Ministério da Saúde.
Distribuição de óbitos por influenza A(H1N1)
por Unidade Federada. SE 30/2009.
UF |
n |
% |
PB |
1 |
1,0 |
RJ |
14 |
14,6 |
SP |
38 |
39,6 |
PR |
15 |
15,6 |
RS |
28 |
29,2 |
TOTAL |
96 |
100,0 |
•
A taxa de mortalidade
dos casos confirmados de SRAG pelo novo
vírus, no Brasil, é de 0,05/100.000
habitantes. Veja exemplos da taxa de
mortalidade em outros países:
País |
Óbitos |
População |
Taxa de mortalidade |
Argentina |
337 |
39.934.109 |
0,84 |
Chile |
96 |
16.802.953 |
0,57 |
Austrália |
74 |
20.950.604 |
0,35 |
Canadá |
62 |
33.169.734 |
0,18 |
México |
146 |
107.801.063 |
0,13 |
EUA |
353 |
308.798.281 |
0,11 |
Brasil |
96 |
191.481.045 |
0,05 |
Reino Unido |
30 |
61.018.648 |
0,04 |
Espanha |
8 |
44.592.770 |
0,01 |
Fonte do número de óbitos:
www.ecdc.europa.eu (5/8)
Fonte do número de habitantes: IBGE e
DATASUS
5. RECOMENDAÇÕES:
Diante da situação epidemiológica atual da
influenza, a Vigilância em Saúde de Campinas
reforça as medidas de prevenção e proteção
individual que neste momento são as mais
importantes para reduzir o risco da
propagação da doença no município e no País.
As medidas são:
- Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a
boca com um lenço, preferencialmente
descartável.
- Lavar as mãos frequentemente com água e
sabão, especialmente depois de tossir ou
espirrar.
- Evitar locais fechados com aglomeração de
pessoas.
- Evitar o contato direto com pessoas
doentes.
- Não compartilhar alimentos, copos, toalhas
e objetos de uso pessoal.
- Evitar tocar olhos, nariz ou boca.
- Em caso de adoecimento, procurar
assistência médica e informar história de
contato com doentes ou/e roteiro de viagens
recentes.
- Não usar medicamentos sem orientação
médica.
- Pessoas com sintomas de gripe (febre,
tosse, coriza e dores de garganta, de cabeça
ou pelo corpo e desconforto respiratório
como dor e dificuldade para respirar) devem
procurar o profissional de saúde onde
habitualmente já se consultam para avaliação
do médico e monitoramento clínico,
diagnóstico precoce de gravidade e
investigação epidemiológica de casos graves
e surtos. Elas não devem ir ao trabalho e à
escola ou a locais de aglomeração de
pessoas. Os hospitais devem ser reservados
para os casos mais graves.