Hospital Mário Gatti reforça rede de referência para casos suspeitos de Influenza A

14/07/2009

Autor: Denize Assis

O Hospital Municipal Mário Gatti, da Prefeitura de Campinas, passou a integrar desde a última segunda-feira, 13 de julho, a rede de hospitais de referência para a Influenza H1N1 definida pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Estado da Saúde. Ao todo são 69 instituições credenciadas no País, 19 delas no Estado de São Paulo.

Na prática, isso significa que o Mário Gatti agora atende casos suspeitos de infecção pelo H1N1, com sinais de gravidade, referentes a moradores de Campinas - encaminhados por outros serviços de saúde - e trata pacientes para os quais, conforme protocolo do Ministério da Saúde, há indicação de tratamento. Nos dois primeiros dias de atendimento, foram avaliadas 100 pessoas. Todas foram descartadas.

Até então, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp era a única instituição credenciada para investigar e tratar ocorrências não somente oriundas de Campinas, mas também de outras 80 cidades no interior paulista. Ao todo, 267 casos suspeitos já foram atendidos pelo HC desde junho, sendo 172 moradores de Campinas.

Nos próximos dias, a Secretaria Municipal de Saúde deve anunciar um terceiro hospital de referência para reforçar ainda mais a rede de assistência para moradores de Campinas.

“Em função do aumento do número de casos, observado não somente em Campinas mas em todo Brasil, nós estamos trabalhando a fim de proporcionar mais opções para nossos casos suspeitos e para aqueles moradores de Campinas que são encaminhados para avaliação. Assim iniciamos o trabalho no Mário Gatti e, ainda esta semana, vamos definir um outro hospital para pacientes de rede privada para que todos possam ser atendidos de forma rápida e, se necessário, devidamente tratados”, disse o secretário de Saúde José Francisco Kerr Saraiva.

Campinas notificou até esta terça-feira, dia 14 de julho, 44 casos positivos de Influenza H1N1. Não foram registrados casos graves e óbitos. A quase totalidade destes pacientes já teve alta ou está em processo de recuperação. No Estado de São Paulo são cerca de 500. No Brasil 1.100, com três óbitos. No mundo, 95 mil, com 429 mortes.

Segundo Saraiva, a gripe pode trazer complicações principalmente entre idosos e pessoas com algum comprometimento imunológico, como portador de neoplasia ou de imunodeficiência.

“Até o momento, o que se observou é que o vírus H1N1 tem um comportamento muito semelhante ao da gripe sazonal, que também pode trazer complicações. Trata-se de uma virose e como toda virose pode trazer conseqüências como infecções bacterianas, vômitos, desidratação. Sendo assim, temos que tratar o quadro gripal. As mortes registradas no Brasil até agora estão dentro do esperado para casos de gripe sazonal”, afirmou Saraiva.

Novo protocolo. Segundo o Secretário de Saúde, como trata-se de gripe por um vírus novo, é preciso conhecer, investigar e avaliar o quanto a epidemia está se alastrando. Neste sentido, a Vigilância em Saúde de Campinas tem se reunido toda semana com as equipes de vigilância em saúde dos diversos serviços públicos e privados para discutir, avaliar, adaptar e padronizar ações.

Um destes encontros ocorreu na última quarta-feira, dia 8 de julho. Na oportunidade, a Vigilância em Saúde reuniu-se com todos os núcleos de vigilância de serviços de saúde de Campinas para discutir o novo Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, do Ministério da Saúde.

O documento, que está embasado na situação epidemiológica de transição – ainda sem evidências de transmissão comunitária -, traz mudanças importantes em relação ao protocolo anterior. São alterações que dizem respeito às condutas dos profissionais de saúde.

“O protocolo atual organiza a assistência e vigilância epidemiológica a partir da gravidade dos casos - mesmo que a pessoa não tenha viajado – e das situações de surtos. Com esta diretriz, o que muda é o papel do profissional de saúde. Antes todos os casos suspeitos eram triados para os hospitais de referência. Agora, somente casos graves serão encaminhados. A coleta de exames também só será feita para casos graves e surtos. Serão notificados apenas casos graves e surtos”, explica a enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas.

Brigina informa que nesta quarta-feira, dia 15, o novo protocolo será discutido com as equipes de toda rede pública municipal de saúde. Na quinta-feira, 16, a reunião será com a rede privada.

O novo protocolo está disponível para todos os profissionais de saúde na página eletrônica do Ministério da Saúde pelo endereço www.saude.gov.br no link influenza A (H1N1).

Para a população, a orientação é que procure seu médico ou serviço de saúde que habitualmente costuma usar. O profissional de saúde vai avaliar clinicamente, orientar e conduzir cada caso conforme a especificidade. Este médico é que vai encaminhar o paciente, no caso de gravidade, para o hospital de referência.

Volta ao índice de notícias