Campinas inicia no dia 18 campanha de Vacinação contra sarampo e poliomielite

03/06/2011

Autor: Denize Assis

Meta é vacinar cerca de 70 mil crianças campineiras até 5 anos contra a paralisia infantil e aproximadamente 85 mil entre 1 ano e 7 anos contra o sarampo

A Secretaria de Saúde de Campinas inicia no dia 18 de junho a Campanha de Seguimento contra o Sarampo, que vacinará indiscriminadamente todas as crianças de 1 ano a menores de 7 anos (seis anos, onze meses e vinte e nove dias), e a 1ª etapa da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil, que vai imunizar todas as crianças menores de cinco anos.

O objetivo é proteger as crianças antes do período de férias e garantir a manutenção da erradicação das duas doenças no Brasil. Indiscriminadamente significa que todos devem tomar independente de doses anteriores. No lançamento das Campanhas, no sábado dia 18, haverá mais de 200 postos espalhados pela cidade. Após este dia e até 1º de julho, as vacinas vão estar disponíveis nos Centros de Saúde.

A Campanha contra o Sarampo ocorre em nove estados brasileiros com maior risco de reintrodução da doença, entre os quais o de São Paulo. Em Campinas, a população entre 1 ano e 7 anos é constituída por 85 mil moradores. A meta é atingir pelo menos 95% deste público.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde (Visa) de Campinas, a Campanha de Seguimento contra o Sarampo estava prevista para agosto. No entanto, considerando a situação epidemiológica da doença no Brasil e no Mundo e a chegada do período de férias, a estratégia foi antecipada.

“Além disso, o Ministério da Saúde levou em conta as evidências que demonstram que a cada cinco anos ocorre um acúmulo de suscetíveis, pela soma dos não vacinados com os não imunizados pela falha primária da vacina, capaz de sustentar transmissão autóctone de sarampo e produzir surtos e epidemias”, diz.

Carmo Ferreira informou que recentemente Campinas registrou um caso de sarampo importado. Também informou que em um município da região há um caso suspeito de sarampo em fase final de investigação epidemiológica. As amostras analisadas no Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria de Estado da Saúde, deram positivo para o vírus, mas ainda aguardam confirmação da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, responsável pela contraprova. O caso refere-se a uma criança de 7 anos, não vacinada e sem histórico de viagem recente a outros estados ou ao exterior.

No Brasil, em 2011, foram identificados nove casos de sarampo, todos relacionados à importação do vírus D4, circulante na Europa, principalmente França, que já registrou cerca de 9 mil casos nesses primeiros meses do ano.

Atualmente, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa enfrenta uma epidemia de sarampo, com mais de 6,5 mil casos registrados em 33 países, principalmente na França, com quase 5 mil casos. Países da África e Oceania também registram surtos.

Segundo a Vigilância em Saúde de Campinas, a vacina a ser aplicada na campanha é a tríplice viral, que integra a rotina do Calendário de Imunização do Ministério da Saúde e protege também contra a rubéola e a caxumba. A criança toma a primeira dose quando completa 1 ano de idade e uma dose de reforço entre 5 e 6 anos de idade. Na rotina, a cobertura vacinal contra o sarampo em Campinas é de 98%.

“Independente da situação vacinal prévia, é importante que os responsáveis levem as crianças para se protegerem contra o sarampo a partir do dia 18 aos centros de saúde. A vacina é a forma mais eficaz de proteção contra a doença”, afirma Maria do Carmo Ferreira. A previsão é que a Campanha vá até o dia 1º de julho.

Mais sobre o sarampo. Doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após o surgimento das manchas.

De 2001 a 2005, o Brasil apresentou apenas 10 casos de sarampo, dos quais quatro foram importados (Japão, Europa e Ilhas Maldivas) e seis casos eram associados a essa importação.

Em 2006, foram registrados 57 casos na Bahia com fonte de infecção desconhecida, com identificação de genótipo que ainda não tinha circulado no país. Em 2010, foram confirmados 68 casos (no Pará, Rio Grande do Sul e Paraíba) – todos importados ou associados a esses casos importados.

Paralisia Infantil. Junto com a Campanha contra o Sarampo, de 18 de junho a 1º de julho, acontece a 1ª etapa da Campanha de Vacinação contra a Paralisia Infantil ou Poliomielite.

Na ocasião, Campinas pretende vacinar pelo menos 95% das cerca de 70 mil crianças menores de cinco anos residentes no município. Os pais deverão levar seus filhos a um dos Centros de Saúde da rede pública municipal para a primeira dose. A vacina é oral e mesmo quem já tomou em várias campanhas anteriores deve participar.

A vacina contra a poliomielite é considerada pela OMS como a única maneira de erradicar a doença em todo o mundo. “Essa estratégia é fundamental para garantir a erradicação da doença, pois funciona como uma barreira para o vírus da pólio que ainda circula em países da África e da Ásia”, afirma Maria do Carmo Ferreira.

Brasil sem pólio.

O Brasil está livre do vírus causador da pólio desde 1989, quando o último caso da doença foi registrado, na Paraíba. No Estado de São Paulo foi em 1988, em Teodoro Sampaio. Em 1994, o país recebeu da OMS o certificado de eliminação da poliomielite. No entanto, enquanto houver circulação do vírus em qualquer região do mundo é necessário continuar com a vacinação, pois há o risco de importação de casos provenientes de países que ainda registram casos da doença, como Paquistão, Índia, Afeganistão e Nigéria.

Mais sobre a vacina contra a pólio.

Oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra a paralisia infantil é administrada via oral e está disponível durante todo o ano nos Centros de Saúde para as vacinações de rotina. No entanto, é importante que todas as crianças menores de cinco anos (de 0 a 4 anos 11 meses e 29 dias) tomem as duas doses da vacina durante a Campanha Nacional, mesmo que já tenham sido vacinadas várias vezes anteriormente.

A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a contaminação se dá principalmente por via oral.

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