Balanço da vacinação contra a gripe aponta cobertura de 22,65% das populações alvo

03/05/2011

Autor: Marco Aurélio Capitão

Balanço parcial da Campanha de Vacinação contra Gripe em Campinas, iniciada no último dia 25 de abril, aponta que, até as 15h da segunda-feira, dia 2 de maio, foram dispensadas 40.853 doses de vacina à população. O balanço representa uma cobertura total de 22,65% das populações-alvo. Entre as crianças, foram vacinadas 5.898 ou 27,19%; entre as gestantes, 2.463 ou 19,5%; e, entre idosos, 30.273 ou 23,57%, entre os profissionais dos serviços de saúde, 2.215 ou 12,22%.

Segundo a enfermeira sanitarista Maria Alice Satto, da Vigilância em Saúde de Campinas, a meta da Secretaria Municipal de Saúde é atingir pelo menos 80% de cada segmento da população. A sanitarista adianta que ainda não é possível fazer uma comparação com as campanhas anteriores porque este é o primeiro ano de inclusão de gestantes e crianças. Até 2010, a campanha em Campinas era direcionada às pessoas com 60 anos e mais, trabalhadores dos serviços de saúde que atuam no atendimento de pacientes e na investigação de casos de infecções respiratórias e aos grupos com doenças crônicas.

A vacinação prossegue até o dia 13 de maio em todos os Centros de Saúde, das 7h até o horário de fechamento de cada unidade, que é variável conforme o bairro. É importante levar a carteira de vacinas porque ela se constitui em um documento que pode, inclusive, indicar se há necessidade de doses contra outras doenças. Quem não tiver, receberá uma na ocasião do procedimento. Para maiores informações sobre endereços e horários de funcionamento das unidades, as pessoas devem ligar no 156 ou 160, número do Disque-Saúde.

Proteção.

A vacina protege contra os três principais vírus que circularam no hemisfério Sul em 2010, entre eles o da influenza A (H1N1). A única contraindicação é para pessoas com alergia severa à proteína do ovo ou a doses anteriores da vacina. Na dúvida, um médico deve ser consultado. O mesmo vale para pessoas com sintomas de gripe, que devem ser tratadas antes de se vacinar.

Outra forma de prevenir a gripe é manter hábitos simples de higiene, como lavar as mãos com frequência, cobrir nariz e boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar e não compartilhar alimentos e objetos de uso pessoal se estiver com sintomas de gripe – febre, tosse, coriza, dor de cabeça e dor no corpo (músculos e articulações).

Grupos prioritários.

IDOSOS

  • As infecções respiratórias constituem um conjunto de doenças comumente relacionadas à população com 60 anos e mais, sendo o vírus da influenza responsável por 75% dessas infecções.
  • Desde 1999, a vacinação desse grupo vem contribuindo para prevenir a doença e suas complicações, além de causar impacto considerável: queda de 45% no número de hospitalizações por pneumonias e redução de 60% na mortalidade entre os residentes em casas de repousos e/ou asilos.

GESTANTES

  • Não há nenhuma contraindicação à vacinação de gestantes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
  • A vacina é segura e está indicada para todas as grávidas, independentemente do período de gestação. Se a grávida tiver alguma dúvida, deve consultar o seu médico.
  • Além disso, não há evidências científicas de que a vacina possa causar dano ao feto, afetar a capacidade reprodutiva da mulher ou provocar aborto.
  • Durante a pandemia de gripe A (H1N1), em 2009, as grávidas foram um dos grupos mais afetados. Entre as mulheres em idade fértil que apresentaram quadros graves de doença respiratória causada pelo vírus H1N1, 22% estavam gestantes.

CRIANÇAS

  • Menores de 6 meses de idade não devem tomar a vacina porque não há estudos que comprovem a qualidade da resposta imunológica, ou seja, a proteção não é garantida.
  • Por isso, os pais ou responsáveis devem levar aos postos de vacinação crianças que tenham entre 6 meses e dois anos incompletos (1 ano, 11 meses e 29 dias).
  • As crianças nessa faixa etária deverão receber duas meias doses da vacina, com intervalo de 30 dias entre as doses. Por isso, os pais ou responsáveis devem buscar os postos de vacinação para completar o esquema vacinal.
  • Assim como nos idosos, as infecções respiratórias constituem um conjunto de doenças comumente relacionadas às crianças menores de 2 anos, sendo o vírus da influenza responsável por 75% dos casos.

INDÍGENAS

  • A população indígena que vive em aldeias é sempre considerada grupo prioritário na prevenção de qualquer doença respiratória, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde.
  • Isso decorre da maior vulnerabilidade biológica deles a essas doenças e à dificuldade de acesso a unidades de saúde.
  • Por isso, o grupo é vacinado desde a primeira Campanha Nacional, em 1999.
  • A vacinação dos indígenas é indiscriminada, a partir dos seis meses de idade.

TRABALHADORES DE SAÚDE

  • A vacinação desse grupo garante o funcionamento dos serviços de saúde. Com os profissionais protegidos, estará assegurado o atendimento da população.
  • É importante reforçar que a vacina não está disponível para todo e qualquer profissional de saúde, devendo ser priorizadas para aqueles que atuam no atendimento e investigação de casos de infecções respiratórias. São aqueles que, em razão das suas funções, estão sob potencial risco de se infectar com os vírus causadores da influenza.
  • Esse grupo inclui os trabalhadores:

  1. Da atenção básica (Estratégia Saúde da Família, agente de controle de endemias).
  2. Dos serviços de média e alta complexidade (pronto-socorros, Unidades de Pronto Atendimento/UPA, hospitais de pequeno, médio e grande porte).
  3. Que atuam na vigilância epidemiológica, especialmente na investigação de casos e em laboratórios.

  • Assim, devem ser vacinados:

  1. Médicos e equipes de enfermagem que atuam em pronto atendimento, ambulatórios e leitos em clínica médica, pediatria, obstetrícia, pneumologia de hospitais de emergência e de referência para a influenza e unidades de terapia intensiva.
  2. Recepcionistas, pessoal de limpeza, seguranças, motoristas de ambulâncias, maqueiros, equipes de laboratório e de vigilância epidemiológica.
  3. Pessoas que atuam no controle sanitário de viajantes em portos, aeroportos e fronteiras.

  • É importante que todos os trabalhadores busquem informação nos seus locais de trabalho e na Secretaria de Saúde do seu município ou estado.

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