Jardim Campineiro, Parque Floresta e Novo Maracanã receberam ações de combate à dengue nesta terça-feira

08/05/2007

A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde (Visa) Norte, promoveu nesta terça-feira, dia 8 de maio, um grande arrastão de criadouros de dengue no Jardim Campineiro, na área de abrangência do Centro de Saúde (CS) São Marcos, região norte da cidade. O trabalho incluiu busca ativa de pessoas com sintomas e orientações aos moradores. A medida integra as ações intensificação da ofensiva contra a doença no município.

Segundo o supervisor de controle ambiental da Visa Norte, Roberto Alves de Oliveira, o problema mais importante na área é com relação aos catadores. “Esta comunidade é composta por um grande número de pessoas que sobrevivem desta atividade. No entanto, poucas acatam as orientações dos agentes comunitários de saúde de dispor corretamente os materiais. Como conseqüência proliferam os criadouros e os mosquitos e aumenta o risco de dengue. Por isso, temos reforçado as campanhas de informação e mobilização”, diz Roberto Alves.

O supervisor informa que entre os trabalhos desenvolvidos na abrangência do Centro de Saúde São Marcos já foram trabalhadas as áreas do San Martin, na divisa com Sumaré, do Parque Cidade, Jardim São Marcos e Vila Esperança. Ele reforça a necessidade das pessoas receberem os agentes comunitários de saúde.

Noroeste. Na região noroeste, a Secretaria de Saúde, por meio da Visa distrital, promoveu hoje ações de controle da dengue nos Parque Floresta e Jardim Novo Maracanã. Os trabalhos incluíram campanhas de informação e mobilização, remoção de criadouros e busca ativa de casos suspeitos.

As atividades na área do Novo Maracanã, que fica na abrangência do Centro de Saúde Valença, deram continuidade ao trabalho iniciado na semana passada que incluiu bloqueio químico.

“As ações são contínuas o ano todo e estão intensificadas neste momento. No entanto, a eficácia é reduzida se a população não colaborar. As pessoas precisam receber as equipes de saúde e, além disso, incorporar hábitos diários de inviabilizar criadouros, mantendo quintais limpos, eliminando pratos de vasos de planta e desentupindo calhas entre outras iniciativas” afirma Rodrigo Antônio Araújo Pires, técnico da Visa Noroeste.

Rodrigo informa que na quinta-feira, dia 10, a Visa em parceria com agentes comunitários de saúde inicia trabalho na área do Centro de Saúde do Balão do Laranja. As atividades estão programadas para serem realizadas durante uma semana.

Contexto. A enfermeira sanitarista Brigina Kemp, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, informa que a epidemia de dengue enfrentada por Campinas este ano está inserida num contexto de aumento de casos na região, em todo Estado de São Paulo e em outras regiões do País.

“Campinas tem atuado intensamente, exaustivamente, com a intensificação das atividades de vigilância epidemiológica e entomológica, com o fortalecimento do trabalho de campo para eliminar criadouros e diminuir a infestação do mosquito, na assistência aos pacientes, no desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização, na capacitação de recursos humanos e no acompanhamento e avaliação”, diz a sanitarista.

Segundo Brigina, as equipes também foram ampliadas, com 60 pessoas que atuam no bloqueio químico e 33 ajudantes de controle ambiental. E o resultado das ações já surtiu efeito, como o que pode ser verificado nas áreas do Padre Anchieta, região norte, e Carvalho de Moura, região sul, onde a epidemia se manifestou com maior intensidade este ano.

Brigina afirma que o trabalho contra a dengue tem que ser feito sempre, todos os dias em todos os meses do ano, e não somente em períodos de picos epidêmicos. “O cuidado com os resíduos, com recipientes descartáveis, tem que ocorrer constantemente, tanto por parte do Poder Público como por parte da população”, afirma.

Situação da doença. Desde janeiro, Campinas notificou 11.953 casos de dengue, sendo que, deste total, foram processados pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz pouco mais de 6 mil exames, entre os quais foram confirmados 3.110 casos, sendo 2.364 de residentes de Campinas, 540 de outros municípios e 150 que ainda estão em investigação quanto ao local de moradia.

Entre os casos de moradores de Campinas, foram notificados 21 da forma hemorrágica, sendo que dois já foram ratificados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Saúde do Estado; cinco já têm sorologia positiva, mas ainda não foram reconhecidos pelo CVE; e os outros 14 são prováveis (um óbito), ou seja: têm clínica de dengue hemorrágica, mas ainda não têm resultado da sorologia.

Também foram registrados, entre moradores de Campinas, 14 casos de dengue com complicação, com um óbito.

Entre os casos de moradores de outros municípios atendidos em Campinas, há dois casos hemorrágicos confirmados, com 1 óbito, e 16 casos aguardando ratificação do CVE. Também há quatro casos de dengue com complicação, entre os quais 1 óbito.

Denize Assis

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