Denize
Assis
A
Secretaria de Saúde de Campinas deflagrou, nesta
segunda-feira, dia 9 de maio, um conjunto de medidas para
reforçar o controle da dengue na área de abrangência do
Centro de Saúde (CS) São Domingos, Região Sul de
Campinas, onde se localizam o Jardim Campo Belo e o Jardim
Fernanda, bairros em que foram confirmados, nos últimos
15 dias, 20 casos de dengue. Todos os pacientes receberam
assistência e passam bem.
A estratégia,
definida na tarde da última sexta-feira, dia 6, incorpora
intensificação das ações de vigilância epidemiológica,
combate ao vetor – o Aedes aegypti -, assistência
aos pacientes, ações de educação em saúde, comunicação
e mobilização social, acompanhamento e avaliação do
trabalho.
Desde às
8h de hoje, foram mobilizados para atuar no local 32
agentes comunitários de saúde, mais três supervisores
de controle ambiental – o local já contava com três -
e três ajudantes de controle ambiental que vão se somar
a outros seis. Além disso, o Módulo de Saúde da Família
do Fernanda vai ter a equipe reforçada com mais uma
enfermeira, uma auxiliar de enfermagem e um médico
sanitarista da Vigilância em Saúde (Visa).
Segundo a
enfermeira sanitarista Brigina Kemp, da Vigilância em Saúde
(Visa) de Campinas, a Secretaria de Saúde estuda a
possibilidade do Exército ser acionado para intensificar
as ações de controle do vetor, como inviabilização de
criadouros, e auxiliar nos trabalhos educativos.
Também
foi desencadeada compra emergencial de telas milimetradas
para vedar caixas d´água e repelentes. A Secretaria de
Saúde ainda conta com a Sanasa, para as atividades que
envolvem o uso de recipientes seguros para armazenagem de
água.
A médica
veterinária Jeanette Trigo Nasser, da Visa de Campinas,
informa que as ações de controle da dengue na abrangência
do CS São Domingos, com enfoque no Jardim Campo Belo 2 e
no Jardim Fernanda, são ininterruptas. "O local
apresenta uma infestação importante do mosquito da
dengue. Além disso, em 2002, ano em que Campinas
enfrentou a maior epidemia da doença de toda sua história
recente, foram registrados, naquela comunidade, mais de
500 casos, sendo confirmados 10 casos da forma hemorrágica.
Não houve óbitos", diz.
De acordo
com Jeanette, este histórico epidemiológico exige
monitoramento constante porque aumenta o risco de casos
graves. A veterinária informa que, nos últimos 20 dias,
o bairro recebeu uma megaoperação de combate à dengue,
com arrastão cata-bagulho, ações educativas, telagem de
caixas d´água, colocação de larvicida biológico nos
tambores de água e busca de pessoas com sintomas da doença.
"O grande problema do bairro são os tambores de água.
São pelo menos 500 residências que, com deficiência de
abastecimento de água – trata-se de uma ocupação -,
possuem 1 mil reservatórios", informa.
A dengue
é um dos principais problemas de saúde pública no
mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que,
anualmente, 80 milhões de pessoas sejam infectadas em 100
países de todos os continentes, exceto a Europa. No
Brasil, a doença afeta praticamente todos os Estados.
Em
Campinas, as epidemias de dengue ocorrem há nove anos
consecutivos, sendo que o maior número de casos – 1,4
mil casos -, foi registrado em 2002. Em 2003, houve 450
confirmações e, no ano passado, 24. Este ano, já são
47 as confirmações, sendo 29 autóctones – quando as
pessoa é infectada onde reside ou trabalha - , 10
importados e oito que ainda estão em investigação.
Os
sintomas da dengue são febre, dor de cabeça, dor no
corpo e dor atrás dos olhos. A pessoa com a doença também
pode apresentar dor nas juntas e manchas vermelhas na
pele. Ao manifestar algum destes sinais, o cidadão deve
procurar o Centro de Saúde rapidamente.