Autor: Denize Assis
Campanha Nacional foi ampliada, a partir de 2011, para gestantes e crianças de 6 meses a menores de 2 anos (1 ano 11 meses e 29 dias). Concomitante, em todos os Centros de Saúde acontece a Campanha de Prevenção contra o Câncer de Boca direcionada aos idosos
A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio da Vigilância em Saúde e Centros de Saúde, promove, neste sábado, 30 de abril, o Dia de Mobilização de Vacinação contra a Gripe. O município vai colocar em ação mais de 1,1 mil servidores em 230 postos de vacinação – incluindo os centros de saúde – fixos e volantes espalhados por todas as regiões da cidade, entre 8h e 17h.
O objetivo do Dia D é reforçar a importância da vacinação para os públicos-alvo, que este ano foram ampliados. Pela primeira vez desde 1999 no Brasil e desde 1988 em Campinas, a campanha passou a incluir crianças de seis meses a menores de dois anos (1 ano 11 meses e 29 dias) e gestantes em qualquer período da gravidez.
Até 2010, a campanha em Campinas era direcionada às pessoas com 60 anos e mais, trabalhadores dos serviços de saúde que atuam no atendimento de pacientes e na investigação de casos de infecções respiratórias e aos grupos com doenças crônicas. A vacinação prossegue até o dia 13 de maio.
A ampliação da população a ser vacinada foi definida pela Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, com base em estudos epidemiológicos e observação do comportamento das infecções respiratórias que têm como principal agente os vírus da influenza. Essas doenças acometem, em sua grande maioria, idosos e crianças com menos de dois anos, além das gestantes, que também são muito vulneráveis.
A inclusão dos novos grupos teve, ainda, aprovação do Comitê Técnico Assessor em Imunizações do Ministério, que reúne especialistas das sociedades científicas, entidades de classe, meio acadêmico, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde.
A dose contra a influenza oferece proteção contra os três sorotipos da gripe que estão em circulação. Desta forma, a vacina deste ano contém anticorpos contra H1N1 e contra um vírus do tipo A e um do tipo B. Durante a estratégia, também serão oferecidas doses contra a difteria e o tétano, para idosos ainda não vacinados ou com esquema vacinal incompleto; e contra pneumococo, para grupos de risco elevado.
Por isso, quem tiver, deve levar a carteira de vacinas, já que na oportunidade também é possível atualizar as doses em atraso. No entanto, a falta do documento não impede a pessoa de tomar a dose contra a gripe.
Segundo a enfermeira sanitarista Maria do Carmo Ferreira, da Vigilância em Saúde Municipal, a dose contra a gripe é segura e a vacinação dos grupos prioritários é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a mais efetiva estratégia de prevenção contra a doença, suas complicações e óbitos.
“Todos os grupos incluídos devem ser vacinados, mesmo quem já recebeu várias doses de campanhas anteriores. A vacina não causa gripe e é fundamental para evitar complicações respiratórias decorrentes da influenza, como pneumonias. Crianças que estarão recebendo a vacina pela primeira vez devem tomam duas doses, num intervalo de 30 dias entre uma e outra. Isto inclui as crianças que receberam uma ou duas doses contra influenza pandêmica, ou H1N1, no ano de 2010, mas nunca receberam a vacina contra influenza sazonal”, informa Maria do Carmo.
Balanço.
Nos três primeiros dias da campanha, Campinas vacinou 18.799 pessoas contra a influenza. O balanço representa uma cobertura total de 9,5% das populações-alvo. Entre as crianças, foram vacinadas 2.494 ou 11,5%; entre as gestantes, 1.226 ou 9,7%; e, entre idosos, 14.115 ou 11,4%. Entre os profissionais dos serviços de saúde, a vacinação será aberta a partir da semana que vem. No entanto, 964 ou 5,3% já foram vacinados.
A meta da Secretaria de Saúde é atingir pelo menos 80% de cada segmento. Ainda não é possível fazer uma comparação com as Campanhas anteriores, já que este é o primeiro ano de inclusão de gestantes e crianças.
Outro motivo é que, anteriormente, as campanhas sempre eram iniciadas num sábado de mobilização e, este ano, o início foi na segunda-feira, sendo a mobilização no próximo dia 30. Esta é a 13ª edição da Campanha no Brasil e a 14ª edição da campanha no município. Segundo Maria do Carmo Ferreira, até o momento, o resultado da campanha é considerado muito bom.
Câncer Bucal.
Junto com a Campanha contra a Gripe, em todas as unidades de saúde, também acontece a Campanha de Prevenção do Câncer de Boca, voltada, principalmente, para o público com mais de 60 anos. O dentista Isamu Murakami, coordenador da área de Saúde Bucal da Secretaria de Saúde, calcula que pelo menos 25 mil idosos serão examinados nesse período de vacinação contra a gripe.
Conforme explicou Isamu, durante a campanha os usuários dessa faixa de idade serão convidados a fazer o exame clínico nos tecidos moles da boca, como língua, lábio e bochecha. Segundo ele, os idosos constituem o segmento mais vulnerável ao câncer de boca, que tem mais chance de cura quanto mais precocemente for diagnosticado.
Isamu Murakami complementa que os casos diagnosticados com lesões serão encaminhados para tratamento nas próprias unidades de saúde. Na eventualidade de algum exame apresentar suspeita de malignidade, o paciente será encaminhado para as referências especializadas junto aos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) do Ouro Verde e do Florence, além da Clínica de Diagnóstico Bucal da Associação dos Cirurgiões Dentistas de Campinas (ACDC). Os exames e tratamentos são gratuitos.
As neoplasias se constituem na segunda causa de morte em Campinas. E, entre as mortes por câncer, o de boca e anexos é o 5º entre os homens e o 7º entre as mulheres.
