Dengue - já são 76 os casos confirmados

22/03/2001

Mais dez casos de dengue foram confirmados em moradores de Campinas na última quarta-feira. Com isso, o número de casos confirmados neste ano na cidade sobe para 76. Deste total, 44 são autóctones e 32 são importados.

A região com o maior número de casos autóctones – contraídos no próprio município - é a Leste, onde já foram confirmadas 13 ocorrências. Em seguida vem a região Sul, com 12 casos autóctones, e a Norte, com 9. Na região Noroeste há oito casos e na Sudoeste dois. O coeficiente de incidência por 100 mil habitantes é de 4,46. A predominância dos casos é nos adultos jovens e em ambos os sexos. Os casos importados são originários principalmente da Bahia, Minas Gerais e Pará.

A Secretaria da Saúde vem intensificando as ações contra a dengue desde janeiro, quando começaram a ser notificados casos da doença em Campinas. Desde lá, tem havido um aumento no número de confirmações da dengue, principalmente dos casos autóctones. Em janeiro, foram 22 confirmações, sendo dois casos autóctones. Em fevereiro, foram 26 e os casos autóctones chegaram a 18. Em março, já foram confirmados 28 casos, dos quais 24 são autóctones.

Devido ao aumento do número de casos e da possibilidade de formas graves e hemorrágicas da doença, a Secretaria da Saúde promove, amanhã (das 8h às 12h), sexta-feira (das 13h30 às 17h30) e segunda-feira (das 18h às 22h) um curso de capacitação para médicos e profissionais de saúde de nível universitário envolvidos no atendimento.

No evento serão abordados aspectos teóricos, manejo clínico e avaliação da evolução para formas graves da doença; diagnóstico diferencial e investigação de outras doenças hemorrágicas, purpúricas e exantemáticas, além de apresentação e discussão de casos.

A capacitação acontece no Salão Vermelho da Prefeitura, na avenida Anchieta, 200. O evento é gratuito e dispensa inscrição prévia. O palestrante será o médico Luís Jacinto da Silva, superintendente da Sucen (Superintendência do Controle de Endemias). A médica da CoViSA (Coordenadoria de Vigilância e Saúde Ambiental), Naoko da Silveira, irá apresentar os casos.

A médica da Covisa explica que a preocupação com as formas hemorrágicas da doença se deve à notificação de um caso de dengue hemorrágica no município em 2000, cujo paciente morreu, à circulação do vírus tipo II e à ocorrência de outras epidemias em anos anteriores. “Por isso, a possibilidade de formas graves da doença é cada vez mais presente”, afirma a médica.

Naoko observa ainda que a atual epidemia mostra-se, até o momento, com um padrão de pequeno porte e de progressão lenta. O controle da epidemia, segundo a médica, depende, além da eliminação dos criadouros do mosquito transmissor da doença, da busca dos casos e do diagnóstico precoce. “É preciso que toda classe médica esteja sensível para diagnosticar precocemente os casos e informar as ocorrências ao serviço de vigilância epidemiológica”, diz.

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