Denize Assis
Equipes da
Secretaria de Saúde de Campinas que trabalham no combate à
dengue atuam nesta quinta-feira, dia 24 de fevereiro, em 10
quarteirões no bairro Bonfim, onde a Vigilância em Saúde
(Visa) confirmou, ontem, um caso da doença.
Trata-se de
um morador de Campinas que viajou para Fortaleza, região do
Brasil onde há transmissão da doença. Alguns dias depois de
retornar de viajem, em 13 de fevereiro, ele manifestou os
seguintes sintomas: febre alta, dores nas articulações e nos
músculos.
O morador,
então, procurou por um serviço de saúde de Campinas onde
foi atendido, recebeu o tratamento e já recuperou-se. Ontem,
no final da tarde, exames do Laboratório Adolfo Lutz
confirmaram a suspeita das autoridades sanitárias. Ele teve
dengue – doença provocada por um vírus transmitido pelo
mosquito Aedes aegypti.
A transmissão
ocorre da seguinte maneira: o mosquito pica uma pessoa doente
e, após um período de incubação de oito a dez dias, passa
a transmitir o vírus para outros indivíduos. Por isso, pelo
risco de outras pessoas terem sido infectadas, as equipes de
saúde desenvolvem hoje uma grande ação em dez quarteirões
nas adjacências da residência da vítima.
Os
profissionais promovem busca de outras pessoas com sintomas
– chamada busca ativa-, inviabilizam criadouros – qualquer
recipiente ou local que acumule água – e orientam
moradores. O criadouro mais comum nesta comunidade específica,
segundo os profissionais de saúde, é o prato de vaso de
planta.
A Vigilância
em Saúde informa que existe uma grande preocupação com a
dengue na área do Bonfim devido a alta infestação do
mosquito Aedes aegypti. O local apresentou o maior índice
de Breteau da cidade (10,9), segundo dados da última pesquisa
da Secretaria de Saúde, realizada no final de janeiro e início
deste mês.
"Temos
desenvolvido várias ações neste bairro. No entanto, na última
atividade, no início de fevereiro, mais de 40% dos domicílios
não puderam ser visitados porque estavam fechados ou por
eventuais recusas de moradores", diz Nilton dos Santos
Menezes, supervisor de controle ambiental da Vigilância em Saúde
(Visa) Norte.
E, segundo
Nilton, esta ‘pendência’ faz com que a ação perca o
impacto. "Por isso, é importante que as pessoas recebam
os agentes comunitários de saúde. Estes profissionais estão
sempre identificados com crachá. Se houver dúvida, o morador
deve ligar para o centro de saúde", informa o
supervisor.
Também é
importante, segundo o biólogo Ovando Provatti, da Visa Norte,
que os moradores do município eliminem os criadouros domésticos
– pneus, latas, garrafas, potes, pratos de vasos de planta,
etc -, locais que, por armazenarem água, possibilitam a
proliferação do mosquito. "Se apresentar febre, a
pessoa deve procurar rapidamente pelos serviços de saúde –
centros de saúde, Pronto-Socorro e unidades de Pronto
Atendimento", informa.
Este ano, em
Campinas, foram confirmados oito casos de dengue em Campinas,
dos quais seis importados – cinco de Rondônia e um de
Fortaleza – e dois autóctones – quando a pessoa é
infectada no município onde mora.